O Zimbabué entrou hoje para o clube dos Estados Africanos com satélites no espaço, ao anunciar o envio do primeiro engenho da sua história.
O satélite é um pequeno bloco do tamanho de uma caixa de sapatos que vai fotografar a Terra e recolher dados.
“A História está a caminho. #ZimSat1 está no espaço!“, escreveu na rede social Twitter o porta-voz do Governo, Nick Mangwana, que saudou o feito como “um importante passo científico para o país“.
Um foguete partiu às 10:32 TMG na Virgínia, nos Estados Unidos da América, uma carga com destino à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), levando a bordo três CubeSats desenvolvidos pelo Zimbabué, Uganda e Japão, confirmou a NASA.
History unfolding.#ZimSat1 now space bound! pic.twitter.com/NX2gEGhPt6
— Nick Mangwana (@nickmangwana) November 7, 2022
“Os satélites fotografarão a Terra para recolha de dados de monitoramento do clima e desastres“, disse a agência espacial norte-americana também no Twitter, numa mensagem com uma foto dos pequenos centros de tecnologia, cada um decorado com a respetiva bandeira nacional.
As imagens recolhidas também permitirão distinguir o solo não arborizado e terras agrícolas e poderem ser usadas “para melhorar os meios de subsistência dos cidadãos do Uganda e do Zimbabué“, anunciou também a agência espacial norte-americana NASA num comunicado.
O Zimbabué está a trabalhar no projeto desde 2018, menos de um ano após a posse do Presidente Emmerson Mnangagwa, que sucedeu a Robert Mugabe e criou a Agência Nacional Geoespacial e Espacial do Zimbabué (Zingsa, no acrónimo em inglês).
Neste país assolado pela pobreza e com uma economia debilitada, o anúncio da colocação em órbita de um satélite provocou fortes reações nas redes sociais.
O custo do projeto não foi divulgado.
“Lançar um satélite quando a economia está fragilizada é estúpido. A pobreza aumentou nos últimos cinco anos. Não se pode comprar um carro quando a família está a morrer de fome“, escreveu nas redes sociais alguém que assina como @patriot263.
O Zimbabué está mergulhado numa profunda crise económica há 20 anos e continua a ser alvo de sanções internacionais.
Em setembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou novas previsões de crescimento em baixa, em particular devido à queda na produção agrícola.