Na primeira semana do ano, o Whatsapp fez mais uma actualização, que parecia de rotina, mas chamou a atenção dos utilizadores, pois teriam de aceitar sua nova política de partilha de dados com o Facebook. Várias pessoas indignadas com a “invasão de privacidade” decidiram avançar para as aplicações alternativas: Telegram e Signal. O Signal foi o grande beneficiado, tendo chegado ao topo da lista das lojas de aplicativos em diversos países. O Signal promete respeitar a privacidade dos seus usuários e tem até testemunho de Edward Snowden, que “põe” a mão no fogo por essa aplicação.
O WhatsApp reagiu e tentou tranquilizar os seus utilizadores que estavam a migrar, afirmando que os chats e chamadas permaneceriam criptografados. Para acalmar essa tempestade, o Facebook vai mais além e decidiu prolongar o prazo para que sejam aceites os novos termos.
Numa publicação, no seu blog oficial, O WhatsApp assume que o anúncio da sua nova política gerou alguma confusão e agora a empresa está tentar reforçar o facto de que as conversas permaneceriam criptografadas e que nem o WhatsApp nem o Facebook seriam capazes de acessar mensagens, registros de chamadas, locais compartilhados e contactos.
Abaixo um extracto da política de privacidade do Whatsapp:
Suas mensagens. Não guardamos suas mensagens durante a prestação dos Serviços. Em vez disso, suas mensagens são armazenadas no seu dispositivo e normalmente não ficam armazenadas nos nossos servidores. Ao entregarmos suas mensagens, elas são apagadas dos nossos servidores. Os cenários a seguir descrevem os casos em que podemos armazenar suas mensagens durante o processo de entrega:
– Mensagens não entregues. Se uma mensagem não puder ser entregue imediatamente (por exemplo, se o destinatário estiver offline), mantemos a mensagem criptografada em nossos servidores por até 30 (trinta) dias enquanto tentamos entregá-la. Se a mensagem não puder ser entregue após 30 (trinta) dias, nós a apagaremos.
– Encaminhamento de mídia. Quando um usuário envia uma mensagem com mídia, armazenamos essa mídia criptografada temporariamente em nossos servidores, para uma entrega mais eficiente caso seja encaminhada novamente.
Tarde de mais?
Com toda esta confusão, o Facebook quer dar aos usuários mais tempo para entender sua nova política de privacidade, que se aplica apenas a chats com empresas.
Com essa actualização as contas empresariais poderão integrar a experiência de uso do WhatsApp com o Facebook. Por exemplo, com a nova política, uma empresa poderá adicionar um botão do WhatsApp na sua página do Facebook, permitindo que o utilizador envie mensagens a solicitar alguma informação via WhatsApp.
Até 15 de maio o Facebook espera as pessoas verifiquem as políticas de privacidade e se sintam confortáveis com o facto de que os dados do WhatsApp permanecerão criptografados e não serão compartilhados com o Facebook. Fica claro que a excepção são as interações com as contas de empresas.
Numa publicação anterior, a equipe do WhatsApp detalhou que os dados que já partilha com outras empresas do Facebook incluem: número de telefone e outras informações fornecidas no registo (como o nome) informação sobre o seu telefone, incluindo marca, modelo, o seu endereço IP, localização e dados sobre quaisquer pagamentos e transacções financeiras efectuados sobre o WhatsApp
No entanto, isto não se aplica na Europa e no Reino Unido, onde existem diferentes leis de privacidade.
Então, acha que essa explicação do Facebook será suficiente para convencer os milhões de utilizadores que começaram a migrar para a concorrência?