A Comissão Europeia lançou ontem(21) um diálogo com os Estados-membros com objectivo de criarem de forma conjunta uma infra-estrutura digital para salvaguardar os tesouros culturais europeus, a “nuvem colaborativa para o património cultural“, que promete uma cooperação transdisciplinar sem precedentes.
O programa tem como previsto a aquisição económica de mais de 110 milhões de euros até 2025, e convites à apresentação de propostas a serem lançados em 2023 e 2024, e onde esta ‘cloud’ visa promover a cooperação e a co-criação entre os sectores cultural, criativo e tecnológico, apontando o executivo comunitário que se tratará de “uma infra-estrutura única que permitirá uma colaboração transdisciplinar e em larga escala sem precedentes entre especialistas, tais como estudiosos do património cultural, curadores, arquivistas e conservadores“, informou a comissão.
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De acordo com Bruxelas, a “nuvem colaborativa” fornecerá tecnologias de ponta para a digitalização de artefactos, investigação de obras de arte e documentação de dados, o que “acrescentará uma nova dimensão digital à preservação, conservação e restauro do património cultural“, sendo o seu objectivo “facilitar o acesso a tecnologias avançadas e remover barreiras para instituições mais pequenas e remotas“.
Foi ainda revelado que, “até à data, apenas 30% a 50% das colecções culturais na Europa foram digitalizadas“, sendo as percentagens “ainda mais baixas para as representações tridimensionais de grandes estruturas e paisagens do património cultural, a base para uma investigação científica aprofundada“.
Por isso, “a maioria das normas em utilização não são uniformes, rastreáveis ou seguras, pondo em risco os tesouros culturais tangíveis e intangíveis da Europa”, acrescentou o executivo comunitário.
“O rico património cultural da Europa vai entrar numa nova dimensão digital com a ‘Nuvem Colaborativa Europeia para o Património Cultural’. Este esforço europeu facilitará a cooperação entre investigadores, curadores e profissionais de museus, a fim de salvaguardar o nosso património cultural, permitir um acesso fácil aos conteúdos culturais e permitir que as gerações futuras os desfrutem durante anos“, disse Mariya Gabriel, comissária europeia para a Inovação e Investigação.