Numa entrevista à estação televisiva My-Ukraine, Ilya Vitiuk, chefe do departamento de cibersegurança no Serviço de Segurança da Ucrânia (SSU), denunciou que “o país agressor [Rússia] desencadeia em média mais de dez ciberataques por dia“, acrescentando: “Felizmente, a sociedade ucraniana não está ao corrente da maioria destes ataques“.
“Entrámos em 2022 com oito anos de experiência de guerra híbrida. (…) No momento da invasão, já estávamos preparados para os piores cenários“, prosseguiu.
Segundo referiu Ilya Vitiuk, foram registados cerca de 800 ciberataques em 2020, mais de 1.400 em 2021 e no ano em curso o número triplicou.
Ciberataques “massivos foram repelidos em janeiro e fevereiro e para nós, constituiram um treino suplementar antes da invasão” russa no final de fevereiro, apontou Vitiuk.
O mesmo responsável indicou que Moscovo seleciona em particular os setores da energia e da logística, instalações militares, e ainda bases de dados governamentais e fontes de informação.
“Vigiamos os riscos e ameaças em tempo real, 24 sobre 24 horas e sete dias sobre sete dias“, assegurou.
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“Conhecemos a maioria dos ‘hackers’ [piratas informáticos] dos serviços especiais russos que trabalham contra nós. Após a vitória da Ucrânia, deverão comparecer perante um tribunal militar internacional“, concluiu.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro e que ainda prossegue, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia — foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que responde com o envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.