A rede social X (antigo Twitter) garantiu que o acesso a alguns utilizadores no Brasil, apesar do bloqueio ordenado pela justiça brasileira, deveu-se a questões técnicas involuntárias e será temporário.
A mudança de servidor “resultou no restabelecimento involuntário e temporário do serviço para os utilizadores brasileiros“, disse, na quarta-feira, a rede social do milionário Elon Musk.
“Esperamos que a plataforma volte a estar inacessível em breve,” acrescentou.
A rede social efetuou na noite de terça-feira uma alteração técnica no Brasil que lhe permitiu contornar o bloqueio ordenado pela justiça brasileira e permitir o acesso a alguns utilizadores, disse a associação provedora de internet.
A mudança foi feita porque o bloqueio no Brasil afetou o serviço para a América Latina como um todo, explicou a X.
A alteração “resultou numa mudança significativa na estrutura“, frisou, em comunicado divulgado na quarta-feira, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint).
“A mudança para o Cloudflare torna o bloqueio da aplicação muito mais complicado“, já que, ao contrário “do sistema anterior, que usava IP [endereço de protocolo de internet] específicos e passíveis de bloqueio, o novo sistema faz uso de IP dinâmicos que mudam constantemente“, indicou.
MAIS: Novos utilizadores do X (ex-Twitter) poderão ter de pagar para publicar
De acordo com o jornal O Globo, a Cloudflare opera em 330 cidades de mais de 120 países e serve grandes instituições, como bancos.
Os provedores de internet encontram-se agora numa “posição delicada” já que “não podem tomar ações por conta própria sem uma orientação oficial da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações brasileira], pois “um bloqueio equivocado podia afetar empresas legítimas“, explicou a Abrint.
“Dessa forma, estão a aguardar uma análise técnica e instruções da Anatel para decidir quais medidas serão tomadas“, concluiu.
Na manhã de quarta-feira, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro celebrou a retoma do acesso à rede social com uma publicação na X, em que demonstrou apoio a Musk e descreveu a proibição como um ato de censura.
Perante as reiteradas recusas de Musk de retirar da rede social perfis de pessoas investigadas por transmitir mensagens antidemocráticas, o juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes determinou a suspensão da X no Brasil como medida cautelar, a 30 de agosto.
Alguns utilizadores brasileiros da rede social também festejaram o restabelecimento do acesso à plataforma, com vários a sublinharem não estavam a usar uma rede privada virtual, conhecida como VPN, a sigla em inglês, para aceder à X.