A transformação digital com plataformas on-line como insurtechs (startups do ramo dos seguros) ou a digitalização de processos, facilitando o acesso aos seguros e reduzindo custos operacionais são uma das grandes oportunidades do mercado segurador angolano, segundo Ricardo Vinagre, partner da consultora EY.
O especialista que falava no IX Fórum Seguros do jornal Expansão, frisou que embora o país possua infra-estruturas tecnológicas que apresentam certas limitações, isso não deve ser um obstáculo ao progresso dos seguros digitais. É fundamental que as empresas do sector se empenhem para viabilizar essa modernização e digitalização, já que os processos manuais são morosos, elevam os custos e comprometem a acessibilidade.
“Há cada vez mais a necessidade de termos o seguro na palma da mão. Apesar de haver seguros que têm de ser feitos presencialmente, é fundamental que as seguradoras façam um forte investimento na digitalização do sector. Para tornar os seguros mais próximo das pessoas e o fazer com processos mais simplificados, contribuindo para que mais cidadãos possam subscrever este produto”, disse.
MAIS: Clientes bancários angolanos acolhem positivamente a digitalização, destaca ABANC
O desenvolvimento do microsseguro, que já está previsto na legislação do sector – Lei nº 18/22 de 7 de Julho de 2022, que trata da Actividade Seguradora e Resseguradora, pode alargar a massa de assegurados, uma vez que oferece opções mais económicas e acessíveis, contribuindo assim para o aumento da taxa de penetração dos seguros e maior participação do sector na economia.
Para o consultor da EY o desafio macro-económico, marcado por baixo crescimento da economia e elevadas taxas de inflação podem também constituir oportunidades no mercado, através do alargamento da oferta para sectores menos dependentes do petróleo (que são o motor da economia nacional ), tais como investimento em produtos mais virados para os sectores da agricultura e da indústria, e também dirigido para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), o que poderá servir de câmara de compensação para ciclos mais complexos e adversos.
O especialista aponta também uma aposta nas redes de distribuição, através de parcerias com bancos, cooperativas e redes de retalho, para ampliar a distribuição e facilitar o acesso aos seguros em regiões remotas, contrapondo as redes de distribuição das empresas de seguros, que ainda são limitadas no território.