NAVEGANDO POR MARES PROFUNDOS
No final do ano de 1980, o físico britânico Tim Berners-Lee, durante o tempo que trabalhava na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), começou a desenvolver uma forma de conectar os documentos produzidos pelos membros do laboratório, a partir de uma estrutura de computadores em rede que já existia. A ideia do físico era criar um ambiente fácil, onde qualquer pessoa que entendesse uma sintaxe simples de códigos poderia criar links entre as páginas criadas. Com issso, toda e qualquer pessoa que trabalhasse aí poderia ter acesso aos trabalhos desenvolvidos no laboratório, expandindo assim o conhecimento de todos. A partir de um objectivo muito simples, mas bem poderoso, nasceu o lugar mais fascinante e atraente da internet: a World Wide Web.
Nos anos seguintes, propriamente no ano de 1994, o primeiro navegador foi lançado, Netscape, e apresentou a web oficialmente ao mundo, dando relance que a proposta de Tim Berners-Lee seria definitivamente um sucesso.
Em 2000, o famoso cientista de dados Michael K. Bergman notou que se o browser serve para “navegar” (surfar) pela rede, então o conjunto de páginas era como um oceano.
“embora que muita coisa possa ser alcançada na rede, existe uma riqueza de informações que estão nas profundezas, portanto, perdidas“, disse Bergman em um artigo intitulado “The Deep Web: Surfacing Hidden Value“. Foi aí que vimos pela primeira vez a expressão “Deep Web“.
Actualmente, vários cientistas são da opinião que é impossível medir o tamanho da Deep Web. Por exemplo, a professora Juliana Freire de Lima e Sila, do departamento de Ciência da Computação da Universidade de Nova York, em uma entrevista à revista Mental Floss, disse que é bem difícil apontar o que é exatamente a Deep Web, visto que não existe um termo exato de medi-la. Por isso, ainda continuando no pensamento de ser um oceano, as ferramentas de busca que nós usamos só mostram apena so que está na superfície, e onde por isso é comummente utilizada a expressão Surface Web.
Como é sabido, a melhor forma de “pescar” na Web é utilizando os mecanismos de busca. Mas de acordo com os números, se somarmos todas as páginas indexadas pelas principais ferramentas de busca, como Google, Bing, Yahoo e outros (um núemro na casa de dezenas de bilhões de páginas) estima-se que ela apenas corresponde a 0,0001% de toda a internet.
Profundezas da Rede
Então, tendo como base aquilo tudo que escrevemos acima, a Deep Web é composta por tudo aquilo que o Google não o consegue mostrar, como por exemplo, uma intranet ou áreas de acesso exclusivas de uma empresa, bem como os dados armazenados em sistemas próprios. As buscas tradicionais que fizemos chegam até um limite, como por exemplo não conseguimos encontrar as páginas que são antecedidas por “digite as letras que aparecem nesta imagem” (o chamado CAPTCHA).
Em suma, podemos fazer uma lista enorme de páginas que precisam estar invisíveis ou protegidas por login e senha: registros financeiros em contas bancárias ou outras informações sigilosas. Por exemplo, muitas universidades angolanas mantêm as suas bases dos alunos e pesquisas em ambientes fechados, exclusivos para que tem apenas credenciais. Esses tipos de ambientes mantêm os seus serviços exclusivos de indexação e pesquisa de informações.
Assim como acontece com toda e qualquer coisa “escondida”, coisas boas e ruins podem se aproveitar disso, por isso, a expressão Deep Web é lembrada não só apenas pela sua capacidade de ocultação de informações no radar, mas também a um tipo específico de anonimato, que na sua maioria estão associadas a actividades ilegais, bizarras e entre outras. Mas mesmo assim, gostariamos de avisar que nessa imensidão, cabem coisas boas e ruins, e que ela começou graças a um propósito incrível: o de abrir e compartilhar informação pela rede.
Eis os episódios anteriores.
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Esse foi o episódio Tek MenosFios: Navegando na Deep Web dessa semana, onde esperamos que seja útil para todo e qualquer pessoa que queira saber mais sobre a Deep Web. Agora, pedimos que os nossos leitores a comentem e que contribuam com informações adicionais que julguem serem necessárias sobre esse mesmo tema.
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