As TIC têm sido fundamentais para combater a pandemia covid-19 e transformar a sociedade a longo prazo. Mas a chave para o progresso é estabelecer as bases para a evolução constante, escreve Chen Lei, Presidente da Huawei para a África Austral.
Com a eclosão da pandemia Covid-19 no início deste ano, as organizações de todo o planeta começaram a passar à acção. Mas, por muito importante que fosse reagir adequadamente, também foi importante preparar proactivamente a próxima fase.
Na Huawei, estamos cientes do efeito massivo da pandemia, espacialmente nas comunidades mais seriamente afectadas. No entanto, também estamos conscientes de que, além de proteger vidas, precisamos ajudar a estabelecer as bases para a próxima fase do avanço tecnológico da sociedade – a Quarta Revolução Industrial.
Eu fui inspirado por um recente vídeo no YouTube de um jovem bailarino sul-africano, Hlumelo, que tem estado sob confinamento na sua cidade natal de Gugulethu. Membro da Escola de Dança Zama, Hlumelo não deixou que o confinamento o retraísse, e continuou a praticar os seus passos para o momento em que ele e os amigos pudessem actuar juntos novamente.
Da mesma forma, durante o confinamento chinês, os membros do ballet de Xangai continuaram a praticar – usando máscaras faciais – para a sua próxima performance do Lago dos Cisnes. Eles tomaram precauções, mas permaneceram focados na próxima fase do seu desenvolvimento.
Isso lembra-me um poema chinês que diz que “uma boa afiação dá uma ponta afiada a uma espada. O frio intenso acrescenta uma fragrância aguçada à flor da ameixa”. Significa que a preparação é essencial para a eficácia e que as dificuldades podem contribuir para o sucesso final. Na verdade, o acaso favorece a mente preparada.
Entendemos que as TIC têm um grande papel a desempenhar em termos de nos manter a todos conectados durante o confinamento, quarentena e isolamento social. Mas a tecnologia é também fundamental para a recuperação económica de África.
Agora que passámos várias semanas com as escolas fechadas e empresas paradas, o tema está a virar-se para: como reabrir a economia. E está a tornar-se cada vez mais claro que a maneira certa de fazer isto não é regressarmos a correr para o mesmo ambiente de trabalho, concentrado e social que tínhamos antes.
Quando reabrirmos as nossas empresas, as comunidades e locais de trabalho terão de continuar a praticar o distanciamento social. Continuaremos a depender de conectividade de alta velocidade para nos unirmos. Em muitos casos, as redes TIC estão a mostrar-se essências para a luta contra o coronavírus, mas também para a evolução da própria sociedade humana.
Durante a pandemia, assim que a Huawei conseguiu garantir o nosso pessoal e as nossas operações, procurámos saber como poderíamos apoiar os nossos parceiros de negócios no continente africano através das nossas competências básicas no sector de TIC. E tivemos sucesso em conseguir ajudar algumas organizações africanas a distanciarem-se socialmente, graças à nossa tecnologia.
Os sistemas de vídeo-conferência que fornecemos em alguns países africanos permitiram a partilha de informação interna e a troca de experiências internacionais entre especialistas em prevenção de epidemias na China e em África.
Os nossos sistemas de vídeo-conferência ajudaram as instituições médicas a se comunicarem de forma mais eficiente. Também implementámos uma solução de diagnóstico baseada em IA em várias instituições médicas. Agora as análises de TAC podem já ser concluídas em 2 minutos, 80% mais rápido do que antes, o que é crítico numa corrida contra o tempo, para salvar vidas.
A HUAWEI vai continuar a usar as suas principais capacidades de informação e comunicação para apoiar os esforços de controlo de epidemias em África.
Quando a poeira assentar e começarmos a chegar ao tão anunciado “novo normal”, teremos testemunhado o imenso potencial das TIC para construir a coesão social. Está a ser moldado um novo modelo de negócio para todos os sectores, que se caracteriza pelo trabalho à distância, o ensino à distância, os cuidados de saúde à distância, as compras em linha e a mobilidade monetária. Estes modelos de negócio abrangem transporte, segurança, finanças, medicina, educação e entretenimento. E este novo paradigma é impulsionado por um consumo de dados muito maior, facilitado pela conectividade em massa da tecnologia 4G/5G.
Os governos começam a compreender a necessidade de dar prioridade às TIC como uma necessidade básica.
Tal como um recente Livro Branco notou, a pandemia Covid-19 está a transformar os mecanismos de resposta aos cuidados de saúde 5G para se tornarem digitais, precisos e inteligentes.
A epidemia chamou a atenção dos responsáveis políticos para a importância das TIC no desenvolvimento nacional, o que provavelmente levará ao aceleramento da criação de centros nacionais de dados, redes de fibra óptica e estações de base de comunicações.
Este tipo de implantação de “grandes redes” também representa uma oportunidade histórica para a África utilizar as TIC para alcançar e ultrapassar outras nações em termos de desenvolvimento humano e qualidade de vida para todos os seus cidadãos.
Estamos a testemunhar os primeiros sinais da transformação digital não apenas nos sistemas de saúde, mas em economias inteiras e na própria sociedade. É provável que as plataformas TIC constituam a base da futura economia de África. A chave é continuar a aprimorá-los e a aperfeiçoá-los, expandindo a sua utilização agora mesmo, para que assim que este período termine, possamos recuperar mais rapidamente.
Como diz o antigo poema, a boa afiação dá à espada uma ponta afiada. Tal como o Hlumelo e os bailarinos do ballet de Xangai, devíamos passar este tempo a aperfeiçoar as nossas capacidades. E quando o novo amanhecer chegar – como certamente acontecerá – que nos encontre bem preparados para aproveitar o dia!