As startups angolanas têm desempenhado um papel fundamental na economia, actuando, principalmente, no sector das Tecnologias de Comunicação, associadas aos serviços de entregas, transportes, gestão de frotas e rotas (táxis privados), o que tem contribuído para a geração de empregos e inovação de serviços, na opinião de vários especialistas.
Em entrevista ao Jornal de Angola, o economista e docente universitário Divava Ricardo frisa que as principais responsabilidades das startups no país passam por empreender e inovar em conformidade com as leis, em geral, e em particular com o cumprimento das leis fiscais vigentes em Angola, como das contribuições à Segurança Social dos seus colaboradores.
Para o docente universitário, das 83.722 empresas existentes em Angola, segundo os dados do Recenseamento de Empresas e Estabelecimentos (REMPE-2019), do Instituto Nacional de Estatística (INE), 72.752 estão nas zonas urbanar, que correspondem cerca de 86,9 por cento, e 13,1 por cento nas zonas rurais, com 10.971 empresas.
Já para o Angola Startups Summit-2024, Divava Ricardo preconizou a participação de mais de 150 startups, um número que permite aferir a dimensão nacional desse tipo de empresas. Apontou que o REMPE-2019 apresenta dados que indicam que 48,7 por cento das empresas existentes no país estão concentradas em Luanda.
Para o economista, em termos de contribuição económica, a expansão da economia digital por meio do aprimoramento dos meios de pagamento, eficiência nos serviços de distribuição e transportes, parecem ser os sectores de maior relevância em termos de contributo das startups no país.
As startups, por serem empresas inovadoras que mudam a forma de fazer negócio dentro de um determinado segmento, têm um papel de ruptura da tipologia de bens e serviços, em termos qualitativos e quantitativos, cujo impacto pode ir desde o aumento da produtividade, redução de custos operacionais à qualidade de vida dos clientes.
“As startups estão, sobretudo, no sector das Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC) sob a forma de aplicativos e carteiras digitais que auxiliam actividades comerciais e de transporte”, disse.
Acrescentou que as startups, por regra, na agricultura está mais ligada à implementação de pesquisa e desenvolvimento e não à inovação de processos burocráticos e comunicação.
Acrescentou que o sector agrícola nacional por estar ancorado, sobretudo, na agricultura familiar, não se encaixa nas condições ideais para a criação de startups na tipologia existente no momento em Angola.