O spyware israelita Predator foi usada como armadilha para atrair vários cidadãos angolanos a clicar em páginas falsas, acedendo a todo o conteúdo dos telemóveis, além de poder, usar a câmara e o microfone para vigiar os utilizadores.
Entre as páginas falsas criadas pelo spyware destaque para a de órgãos de comunicação social, como Jornal de Angola, Novo Jornal, Angop e uma lista extensa de endereços eletrónicos a que foram introduzidos pequenas alterações de modo a atrair cidadãos, ao passarem por ligações seguras.
Segundo o que foi revelado pelo Laboratório de Segurança da Amnistia Internacional e partilhados com o Expresso, o Predator toma total controle do telemóvel e incentiva o utilizador a clicar em links que imitam sites verdadeiros, como órgãos de comunicação ou redes sociais.
Destacar ainda que entre os sites noticiosos, foi feita uma versão pirata da CNN Portugal e página de reservas de voos da TAP, sublinhado que entre março e agosto de 2023, foram criados meia centena de URL de páginas infetadas com o Predator, “muitos deles semelhantes aos endereços de alguns sites de notícias populares em Angola”.
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A investigação procurou as entidades envolvidas para comentar, mas não recebeu uma resposta.
“No entanto, a rede EIC (European Investigate Collaborations) recebeu uma resposta dos principais acionistas e ex-executivos do grupo Nexa, que afirmam que a aliança Interllexa deixou de existir“, informa a nota.
O spyware israelita Predator foi concebido por uma startup especializada em hacking, a Cytrox, sediada na Macedónia do Norte. A Cytrox foi adquirida em 2018 pelo ex-chefe de uma equipa de hackers dos serviços secretos militares, Tal Dilian, antes de este se juntar à Interllexa, formada em grande parte antigos responsáveis dos serviços secretos israelitas.