Smartphones acessíveis impulsionam a inclusão digital em África

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A adopção de aparelhos pode levar ao salto quântico para a 4G

Com a conectividade móvel agora sendo parte integrante da economia moderna, um ponto crucial de qualquer programa nacional de desenvolvimento deve ser a inclusão digital. Tal está a ser alcançado pela expansão da cobertura de banda larga móvel, mas há algo importante a ser considerado: a acessibilidade dos smartphones.

Um relatório recente da GSMA  indica que os smartphones representam acima de 39% das 774 milhões de conexões móveis existentes na África subsaariana. Está projectado para crescer significativamente, mas para que o povo africano possa colher os frutos da conectividade móvel plenamente, é imperioso que os aparelhos para smartphones com 4G sejam facilitados para o mercado básico.

Isto exige uma inovação financeira juntamente com a inovação tecnológica que caracteriza o sector. Os Smartphones devem ser mais baratos, caso África queira desbloquear todo o potencial do seu povo.

Felizmente, já existem sinais encorajadores de que fabricantes, criadores de políticas e operadores de redes estejam a criar parcerias para assim integrar esta inovação financeira à busca da inclusão digital.

No Quénia, a Safaricom lançou recentemente um programa de financiamento de dispositivos, em parceria com a Google e Teleone, permitindo que assalariados de baixa renda no país tenham acesso a telefones 4G de qualidade, mediante parcelas baixas, a partir de 20 Kshs ( R3) por dia

O país tem uma alta penetração na telefonia móvel, mas tal tradicionalmente envolveu os telefones 2G. A campanha visa trazer mais um milhão de clientes para a economia digital.

A Airtel África expandiu a adopção da 4G no continente com as suas ofertas de dados “more for more”, aumentando o uso médio de dados, com a 4G a responder agora por mais de 60% da sua receita de dados.

Contudo, um dos meios mais efectivos para encorajar a adopção de smartphones é reduzindo a carga tributária sobre os telefones e serviços móveis sob a forma de direitos de importação e impostos sobre vendas. Neste contexto, os criadores de políticas têm um poderoso papel a desempenhar, capacitando os cidadãos com acesso mais fácil `a conectividade digital.

`A medida em que os smartphones se tornam a norma, o espectro de banda larga pode seguir o exemplo e as operadoras de rede podem fazer a transição para plataformas baseadas em 4G e 5G, com todos os benefícios de alta velocidade e conectividade em massa que as mesmas oferecem.

A crescente demanda por aparelhos 4G indica o momento em que um mercado está pronto para a transição para a rede 4G, permitindo assim o encerramento do espectro 3G, como o fez recentemente a Índia. 

Na recente Conferência Mundial LTE 2020, Sandeep Gupta, vice-presidente executivo da Barthi Airtel na Índia, disse que a tomada de decisão para o encerramento da rede 3G foi motivada por duas considerações – a inserção dos Smartphones e os recursos de rede certos, tais como o SDR(Software Defined Radio) e a radio singleRAN , que suporta a 4G VoLTE.

Porém, o cerne para esta transição são os aparelhos acessíveis. Na China, a adopção da 4G foi acelerada pela introdução de aparelhos de 100 Yuan (R238), catapultando milhões para o futuro 4G e 5G.

Na África do Sul, os smartphones tornaram-se significativamente mais acessíveis, com aparelhos como o Huawei Y5 Lite vendido por cerca de R1 300. No entanto, permanece o desígnio de fazer dos smartphones com 4G ainda mais acessíveis e verdadeiramente democratizar a conectividade.   

O caminho mais simples para acelerar a inclusão digital, talvez passe por uma mudança no nosso entendimento do lugar dos aparelhos 4G na nossa sociedade.

Tão logo os smartphones sejam vistos como uma mercadoria, um direito básico, em vez de um luxo, eles poderão ser comercializados, vendidos e tributados de acordo, levando toda a humanidade para a nova economia digital.

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