O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, considera que a criação de um sistema no continente africano para assegurar a execução de pagamentos, a partir de processos céleres e menos onerosos, vai reforça as ligações comerciais e criar cadeias de valores.
Para o Ministro, que falava no no seminário de alto nível sobre o Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidação (PAPSS), na última semana, além de reforçar as ligações comerciais e criar cadeias de valores, um sistema de pagamento continental intensifica também os mercados financeiros regionais, indicando ainda que o referido sistema tem potencial de proporcionar às economias africanas a garantia de conversibilidade das suas moedas e acelerar o desenvolvimento do mercado regional.
Por isso, Victor Fernandes assegura que deve-se adoptar sistemas funcionais uniformes em que os bancos e outras instituições financeiras joguem papéis centrais, sendo esses os principais provedores de serviços e instrumentos financeiros, sendo que o o “PAPSS”, como qualquer outro sistema de pagamento, terá como principais utilizadores os operadores económicos, a panóplia de procedimentos ligados aos instrumentos financeiros adoptados devem ser as mais simplificadas e transparentes possíveis.
“Do lado da infra-estrutura do mercado, devemos, do nosso lado, igualmente garantir a uniformização de procedimentos regulamentares com a adopção de documentos comerciais destinados à facilitação do comércio e à mitigação de riscos associados transfronteiriças, o que irá permitir previsibilidade aos operadores económicos”, disse o dirigente.
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Ainda na sua abordagem, o ministro da Indústria e Comércio frisa que a qualidade dos sistemas jogam um papel fundamental para que os processos sejam céleres, eficazes e em escala, mas salienta ser importante ter um enorme desafio da digitalização das “nossas economias a partir do qual as redes de comunicação permitirão um aceleramento na integração de micro, pequenas e médias empresas no universo continental e comercial”.
Victor Fernandes terminou dizendo que esse sistema “só funcionaria se, do ponto de vista das transacções, o tempo e a velocidade de concretas transacções ocorressem ou pudessem ser acelerados. Hoje, se eu quiser comprar um produto no Congo demora mais ou menos 14 dias para a transacção financeira se efectuar, porque nós temos que converter a nossa moeda em moeda de outros países, situação que vai mudar com o sistema”.
O governante espera ver um sistema financeiro africano robusto e consolidado ao ponto de apoiar firmemente os esforços de integração e industrialização regional, feito aos níveis das comunidades económicas regionais ou ao nível da Zona de Comércio Livre do Continente.
Por seu turno, o administrador do Banco Nacional de Angola (BNA), Rui Minguês, entende que o referido sistema permitirá ganhos importantes de produtividade, redução de custos de transferências de transacções entre os países do continente africano.