O Serviço de Investigação Criminal (SIC) desmantelou, sexta-feira, no município do Sequele, província de Icolo e Bengo, um local onde era feita a mineração de criptomoedas e deteve quatro indivíduos chineses e cinco angolanos.
Segundo o porta-voz do SIC-Geral, superintendente-chefe de investigação, Manuel Halaiwa, os implicados praticavam a actividade em duas naves clandestinas, devidamente equipadas com material informático de ponta.
Dos meios encontrados, constam, mais de 2.760 processadores específicos para mineração de criptomoedas bitcons, computadores portáteis. O acesso às naves, explicou, era feito por dois labirintos e portas ocultas ligadas a um estabelecimento disfarçado de compra, pesagem e exportação de material ferroso.
Para o exercício da extração da moeda virtual, que exige grandes quantidades de energia eléctrica, disse, os implicados instalaram clandestinamente três Postes de Transformação (PT) e um conversor de energia, cujo consumo cria implicações ao sistema eléctrico nacional.
O porta-voz do SIC-Geral, avançou que cálculos matemáticos preliminares dão conta que nas duas naves eram minerados cerca de 3. 326 bitcoins por dia, que equivale a perto de 320.760 dólares de rendimento gerado diariamente.
Para a montagem do esquema, explicou, os promotores terão feito investimentos de mais de dois milhões de dólares.
Foi, ainda, encontrado no local grandes quantidades de material eléctrico novo designadamente cabines, cabos de cobre, quadros eléctricos, disjuntores e outros componentes para a instalação de Postes de Transformação, que se presume tratar-se de um projecto para alargar a actividade criminosa.
“As investigações vão continuar, pois há fortes indícios que de o esquema desmantelado promove branqueamento de capitais e evasão fiscal”, disse, para acrescentar que o SIC vai continuar a combater todo o tipo de crime por formas a acabar com o sentimento de impunidade.
Manuel Halaiwa referiu que os implicados serão presentes ao Ministério Público e posteriormente a um Juiz de Garantias para dar sequência ao processo.
O superintendente-chefe de investigação vincou que o Serviço de Investigação Criminal vai continuar a trabalhar para fazer cumprir a Lei nº 3/24 de 10 de Abril, que criminaliza a actividade de criptomoeda e outros activos virtuais em Angola, passível de condenação de três a 12 anos de prisão.
O porta-voz do SIC informou que depois da regulamentação da Lei, os órgãos de investigação criminal já desmantelaram cerca de 20 estaleiros e deteve mais de 100 cidadãos chineses.