Meio mundo (inclusive a nossa equipe) afirmou: o formato MP3 está morto, hora pensar em utilizar o AAC agora. Mas a maior parte não entendeu correctamente o objectivo do artigo anterior.
O que aconteceu de facto?
A tecnologia MP3 tornou-se isenta de patentes nos Estados Unidos em 16 de Abril de 2017 quando a patente US 6 009 399, mantida e administrada pela Technicolor, expirou. O MP3 não está menos vivo agora do que no mês passado ou nos próximos meses, simplesmente as últimas patentes de MP3 conhecidas, expiraram.
Esqueça os debates sobre a chance de tirar o MP3 de circulação, o anúncio da Fraunhofer não tem nada a ver com isso, e é simplesmente o fim de seu programa de licenciamento de patentes (porque as patentes expiraram), sugerindo que os utilizadores adiram a um formato novo, ainda-patenteado, o AAC, no caso.
Por que ainda usar MP3 quando existem formatos mais novos e melhores?
O MP3 é muito antigo, mas tem a mesma idade que o JPEG, que também há muito tempo foi superado em qualidade pelos formatos mais recentes, mas você ainda usa!
AAC e outros codecs de áudio mais recentes podem produzir qualidade melhor do que MP3, mas a diferença é apenas significativa em baixos bitrates. Em cerca de 128 kbps ou mais, as diferenças entre MP3 e outros codecs são muito improváveis de ser notadas (lembre-se que para ouvir música com “qualidade” geralmente usamos taxas iguais ou superiores a 128 kbps.
Onde usar o AAC?
O formato AAC faz muito sentido para aplicações de baixa e média qualidade onde a largura de banda é extremamente limitada ou cara, como chamadas telefônicas e serviços de streaming de música, ou como som para vídeo (actualmente é o formato mais suportado).
Desvantagens do AAC
Por ser patenteado, o AAC impede, até certo ponto, a inovação, dificulta o apoio, restringe usos potenciais. Assim, embora a AAC traga muitos benefícios, ela também traz desvantagens e custos adicionais, e os benefícios não são necessários ou visíveis em alguns dos principais usos comuns.
MP3 é suportado por tudo, em todos os lugares, e agora é livre de patentes. Então, acham mesmo que o formato mais popular da actualidade está morto?