[Rumor] MTN, Vodafone ou a Africell são potenciais futuros accionistas da Unitel

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Depois da apreensão dos 25% da Geni, de Leopoldino de Nascimento, na Unitel, o Estado passou a deter, praticamente, a totalidade da operadora móvel, enquanto durar o processo na justiça contra Isabel dos Santos, que tem os seus 25% arrestados desde 2019 e a aguardar pelo desfecho do processo.

A saída da Sonangol da estrutura accionista da Unitel era justificada com a necessidade de a petrolífera se focar nos negócios nucleares, ou seja, na actividade petrolífera. Entretanto, reforçou a sua posição para 50% com a aquisição da PT Ventures.

Perante a presença quase única do Estado e a necessidade de alienação de pelo menos 50%, a questão que se coloca é quem são os potenciais futuros accionistas da operadora móvel. O Valor Económico, baseado no histórico das movimentações no mercado, seleccionou alguns dos potenciais contemplados.

São os casos da Angorascom, a MTN, a inglesa Vodafone ou a Africell. De origem egípcia, a Angorascom, com autorização do Presidente da República, assinou, em 2019, um acordo com a Angola Telecom para a subconcessão do serviço móvel da exploração do Título Global Unificado, da empresa pública.

No entanto, em Julho de 2020, a Angola Telecom anunciou a desistência do acordo “por não terem sido cumpridos os pressupostos técnicos legais na altura”.

A decisão foi antecedida de informações dando conta que a Africell, que vencera o concurso público para ser a quarta operadora móvel, condicionava o início das operações com a rescisão do contrato entre a Telecom e a Angorascom com argumento de que o referido contrato careceu de um concurso público.

A gigante sul-africana MTN, por sua vez, candidatou-se no primeiro concurso público para a quarta operadora móvel, realizado em 2018. Terão desistido alegando que o processo estava “viciado”. A vencedora, anunciada a 4 de Abril de 2019, foi a então desconhecida Telstar, provocando contestação na sociedade.

Catorze dias depois, o Presidente João Lourenço anulou o concurso com a justificação de que a empresa, entre outras falhas, não apresentara o “balanço e demonstrações de resultados e declaração sobre o volume global de negócios relativo aos últimos três anos”, como impunha o concurso.

Foi lançado um segundo concurso público, cujo vencedor foi a Africell, que deu início às operações em Dezembro. E, desta feita, consta da lista de potenciais futuros accionistas da maior operadora móvel do país.

Uma eventual aquisição da Unitel poderia servir para a Africell consolidar a sua posição no mercado angolano. Por sua vez, a gigante inglesa Vodafone está presente em Angola desde Março de 2019 como resultado de um acordo de parceria estratégica com a Movicel que visava, entre outros aspectos, melhorar os serviços do roaming, as ligações internacionais, a cobertura nacional e, de um modo geral, a estabilização da rede da Movicel.

Porém, na ocasião, o representante da Vodafone para África, Vik Patel, garantiu que “a Vodafone não apresentou qualquer pedido de licença”, salientando que “o acordo é para apoiar a Movicel na caminhada da transformação, para se tornar o segundo maior operador”.

A parceria entre a Movicel e a gigante empresa inglesa leva ainda a considerar a possibilidade de as duas operadoras concorrerem com uma joint-venture.

O Estado começou a reforçar a sua posição na operadora de telefonia móvel em Janeiro de 2020 com o reforço da posição da Sonangol. A petrolífera adquiriu, à brasileira Oi, da PT Ventures, detentora de 25%, pagando cerca de 1.000 milhões de dólares. A Sonangol passou a deter 50%, contrariando o plano de venda dos 25% que detinha na operadora no âmbito do programa de privatização. Nesta altura, Isabel dos Santos já tinha os seus 25% arrestados desde Dezembro de 2019.

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