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Reveladas fortes lacunas de cibersegurança nas organizações Angolanas

A temática “Cibersegurança” em Angola continua a ganhar uma atenção antes não considerável, visto que já se tem identificado casos de ataques externos e não só. Portanto surge a necessidade das empresas nacionais investirem mais em cibersegurança e evitar danos futuros.

A consultora EY realizou a vigésima segunda edição do EY Global Information Security Survey (GISS) no final de 2019, onde sondou líderes de 1300 organizações de vários países, inclusive líderes em Angola.

Na presente edição do GISS, a EY preparou, exclusivamente, um relatório específico nacional, onde é possível encontrar o estado actual da situação da cibersegurança no país, assim como os desafios que os líderes das Organizações enfrentam actualmente. O certo é que, apesar do crescimento generalizado de ciber-ataques, apenas um terço das organizações nacionais, afirmam que a função de cibersegurança é parte activa nas fases de planeamento de uma nova iniciativa de negócio.

Note-se que quase 50% das Organizações enfrentaram um número crescente de ataques disruptivos nos últimos 12 meses, nos quais 16% dos ataques de cibersegurança, bem-sucedidos, foram feitos por activistas, e 19% por agentes maliciosos internos.

Responsáveis pelos incidentes SI em Angola (Fonte: EY GISS 2020)

O especialista da EY, Sérgio Martins, alerta: “Acreditamos que, nos próximos meses, os grupos activistas vão aumentar os ataques, em função da reacção das organizações à pandemia do COVID-19.” No entanto, e apesar do risco acrescido, apenas 33% das iniciativas de negócio suportadas por tecnologias, afirmaram incluir as equipas de segurança desde o início dos projectos.

Intervenção das equipas de cibersegurança nas novas iniciativas de negócio (Fonte: GISS 2020) –

De acordo com este estudo, as equipas de cibersegurança das organizações nacionais, têm boas relações com as funções adjacentes, tais como IT, auditoria, risco e jurídica, sendo que existe uma desconexão latente com outras áreas de negócio. Vejamos que quase três quartos (71%) das empresas, afirmam que a relação entre a cibersegurança e o marketing é, no melhor dos casos, escassa, se não inexistente, enquanto que 86% relatam uma relação neutra. E mais de metade (67%) apontam relações tensas com o departamento financeiro, do qual dependem, naturalmente, para autorização de orçamento.

Relações da Cibersegurança com as restantes funções (Fonte: GISS 2020)

Em jeito de conclusão do estudo, a equipe da EY aconselha que “a relação de confiança entre departamentos, deve ser construída, de forma transversal, durante o processo de transformação digital das empresas”. Este trabalho deve começar ao nível da gestão de topo, tudo para que a cibersegurança seja instituída como um activador chave de valor acrescentado.

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