Quénia é actualmente o país africano que mais utiliza a tecnologia para as transações financeiras. Cerca de 80% da população adulta faz o uso de serviços financeiros tecnológicos.
O Quénia possui o maior e mais bem-sucedido sector de serviços financeiros móveis em África e liderou consistentemente o continente, tanto em escala, como em inovação, refere um estudo sobre os serviços financeiros digitais, publicado pelo Banco Mundial.
O estudo conclui que 65% dos adultos nas economias mais pobres não têm acesso aos serviços mais básicos, que permitem enviar e receber dinheiro de forma fácil, eficiente e segura, ao contrário do Quénia onde os serviços de “dinheiro móvel“, particularmente útil nesta fase de pandemia, são usados por mais de 80% da população adulta.
O sucesso do Quénia começou, em 2007, a maior empresa de telecomunicações do Quénia, a Safaricon, lançou uma ferramenta que ampliava o já tradicional sistema de transferência de créditos- M-Pesa. Sim, a maioria não tinha conta bancária, por uma série de razões, mas 27% da população possuíam telefones celulares ativos e outros 27% tinham acesso a esses aparelhos. E esses números crescem a cada dia.
O segredo do Quénia, como referem os autores do estudo (Ceyla Pazarbasioglu, Alfonso Garcia Mora, Mahesh Uttamchandani, Harish Natarajan, Erik Feyen e Mathew Saal) foi uma abordagem de “testar e aprender”, escurada numa boa arquitectura regulatória, ao contrário da abordagem conservadora adoptada noutros países. O estudo coloca os países em quatro fases de desenvolvimento. No 1 estão os países com serviços financeiros digitais básicos e no 4 os mais avançados, como a China, EUA e Suécia.
O Quénia é o único país africano que está na fase 3. Argélia, Costa do Marfim, Egipto, Etiópia, Gana, Marrocos, Moçambique, Nigéria, Senegal, Tanzânia e Zâmbia estão na fase 1, ao lado do Bangladesh, Indonésia, Paquistão, Perú e Vietname. Brasil, Índia, Tailândia, Turquia e Cazaquistão estão na fase 2.