Os problemas de rede da Unitel – o maior fornecedor de telecomunicações em Angola -, atribuídos a falhas de equipamentos, afetaram quase três milhões de pessoas e onde as mesmas perderam o acesso ao serviço de voz e mensagens curtas (SMS) pelo menos seis vezes entre fevereiro e março de 2022.
Essa informação foi revelada no relatório anual da Freedom House, denominado “Liberdade na Rede 2022: Contrariando uma revisão autoritária da Internet“, informando que a liberdade na Internet em Angola “permaneceu ameaçada” enquanto o país se preparava para as eleições de agosto deste ano, apesar da infraestrutura digital angolana continuar “pobre e deficiente“.
Segundo ainda a organização sem fins lucrativos, frisou que o acesso à Internet em Angola continua proibitivamente caro para muitas pessoas, especialmente nas áreas rurais. O Governo e algumas empresas privadas fizeram esforços para estabelecer pontos gratuitos de acesso à rede sem fios.
“Os preços de dados móveis, planos de chamadas e acesso à Internet de banda larga em Angola são altos em comparação com os países vizinhos — 10 vezes mais altos que os da África do Sul, por exemplo“, pode ler-se no estudo.
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Por outro lado, a crise económica em curso, segundo a organização, afetou também a viabilidade de alguns meios de comunicação online em Angola.
O relatório em causa é um dos principais estudos anuais sobre direitos humanos na esfera digital, examinando tendências globais, descobertas específicas sobre cada país e melhores práticas sobre como proteger os direitos humanos online.
O documento resulta de uma análise feita entre junho de 2021 e maio de 2022 e analisa a liberdade na Internet em 70 países, representando 89% dos utilizadores de Internet do mundo.