Os participantes e premiados na 72ª edição da Feira de Ideias, Inovação e Novos Produtos (IENA), realizado de 4 a 7 do corrente mês, na cidade de Nuremberga, Alemanha, são de opinião que os projectos de carácter científico e tecnológico, criados e desenvolvidos individualmente e em co-autoria por investigadores e universidades angolanas, devem ser melhor aproveitados pelo Estado Nacional.
Esse modo de pensar foi manifestado pelos docentes e estudantes que representaram Angola na última edição do evento, onde conquistaram oito medalhas, sendo duas de ouro, três de prata e três de bronze.
A comitiva angolana premiada no evento pediram maior acompanhamento das criações e inovações premiadas no exterior do país e não só, sem qualquer distinção, desde que apresentem bases científicas sólidas, para o desenvolvimento tecnológico do país e benefício das populações.
Para o representante da Universidade Metodista de Angola, o engenheiro informático Gabriel Soares Patrício, é de opinião que deve haver mais valorização das invenções e criações dos angolanos e dos seus autores. Segundo ainda o responsável da UMA, instituição que conquistou três medalhas no IENA 2021, defendeu que os projectos devem ser aplicados no país, sendo para tal necessário maior investimentos na investigação científica e tecnológica.
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Soares Patrício argumentou não entender o facto de a maior parte dos projectos premiados internacionalmente não serem aproveitados no país, tanto pelas instituições bem como o Governo Angolano.
“Já demos o nosso contributo científico, agora é necessário que se dê sequência aos projectos, pelo que é necessário investimentos para o bem do desenvolvimento económico do país”, disse o Engenheiro.
Por outro lado, o engenheiro agropecuário Hangalo Bernardo Caritoco, que representou a província do Cunene, em nome da Universidade Mandume Ya Ndemufayo, disse que para continuar a haver progressos na agricultura é necessário o contributo de todos, devendo-se apostar na cientificidade.
O Vencedor da medalha de bronze no certame, com o projecto “Programa de Extensão Rural e Assistência Técnica”, informou que tem desenvolvido um conjunto de iniciativas que visam ajudar a encontrar soluções para o desenvolvimento da agricultura e pecuária sustentáveis em todo território nacional. Bernardo Caritoco é também da opinião que a necessidade de haver mais apoio, vindo do executivo angolano, para que só assim os projectos premiados possam ser expandidos em outras localidades do nosso país.
De informar ainda que o engenheiro agropecuário é também o detentor do projecto “Adubo Orgânico (fertilizante natural, sem uso de químicos)”, que, em 2019, arrecadou medalha de prata na Feira de Nuremberga, na Alemanha.
“As bases estão lançadas, mas faltam investimentos para que os nossos projectos sejam implementados de facto e em larga escala”. diz Bernardo Caritoco.