A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) inaugura na terça-feira (02/06), em Sines, o cabo óptico submarino EllaLink, que liga a Europa à América do Sul e que será “essencial” para a interconexão digital dos continentes.
Com mais de 6 mil quilômetros de fibra óptica, a nova tecnologia proporcionará a estrutura capaz de suportar o volume de dados gerados pelas redes 5G e acelerará a troca direta de informações entre a América do Sul e a Europa. Actualmente, as informações que saem do Brasil precisam passar primeiro pelos Estados Unidos.
O EllaLink, que constitui a primeira ligação direta de alta velocidade por cabo submarino entre a Europa e a América do Sul, é considerado pela presidência portuguesa “uma infraestrutura essencial para a interconexão digital e a transmissão de dados entre os dois continentes”.
A nova estrutura proporcionará tráfego de dados de 72 Terabits por segundo e latência (tempo entre comando e resposta) de 60 milissegundos. O contrato para utilização do cabo terá durabilidade de 25 anos. A instalação dos cabos faz parte do programa Bella – rede europeia e latino-americana de pesquisa e educação.
De acordo com uma nota divulgada pelo ministério brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovações, a empresa Ellalink, proprietária e operadora dos serviços da fibra, investiu cerca de 150 milhões de euros, enquanto o a Comissão Europeia contribuiu com cerca de 25 milhões de euros. Para o Brasil, o processo de instalação do cabo custou cerca de 8,9 milhões de euros.
O equipamento deve conectar Fortaleza, no Brasil, com Sines, em Portugal, com passagens ainda pela Guiana Francesa, Ilha da Madeira, Ilhas Canárias e Cabo Verde. Uma das principais vantagens do cabo, apontada pelo ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil, é o facto das informações não precisarem passar pelos Estados Unidos para chegarem na Europa, como ocorre actualmente com a maior parte das transmissões.