Angola conta atualmente com quatro mil parques de carregamento de carros elétricos, o que representa um aumento de 100 por cento, segundo o presidente executivo da CVE Angola, uma companhia que recentemente abriu, em Luanda, o primeiro ponto de carregamento para eletromotorizados.
Para Adilson Matoso, que falava ao Jornal de Angola, informou que um estudo de mercado próprio (realizado para a implantação do negócio de pontos de carregamento) que, após o mercado ter sido preenchido por dois mil veículos chineses, outros dois mil chegam a Angola em 2024, provenientes dos Estados Unidos.
Tendo em conta a da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), apenas a África do Sul, com o mesmo número de veículos este ano registados em Angola, tem uma mobilidade elétrica equiparada.
“Neste momento, Angola está à frente, mas o cenário pode mudar a qualquer altura: Botswana, Namíbia, Zâmbia e Malawi estão, também, a investir forte no sector, embora Angola e África do Sul estejam na lista dos países da SADC com maior número de carros eletromotorizados”, disse.
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O responsável salienta ainda que para definir o mercado angolano da mobilidade elétrica, o empresário considerou que se “pode dizer que o país já se está a dar os primeiros passos, pois os veículos eletromotorizados já fazem parte da paisagem rodoviária nacional”.
A relutância na adoção desse tipo de automóveis reside, sobretudo, no facto de existirem poucas opções de carregamento: os automobilistas temem parar no caminho devido à falta de opções para o carregamento elétrico, disse, notando que “também não há incentivos ao consumidor final por falta de uma legislação aprovada em relação ao uso dos carros elétricos”.
O empresário considera que, no processo da transição energética na mobilidade, Angola está a trilhar o seu próprio caminho, com o sector privado a liderar a introdução do veículo elétrico. “O Estado não pode ser o único a arcar com a maior parte do peso da gestão do país”, afirmou.
Ao contrário, prosseguiu, “o Estado está para traçar políticas e criar o ambiente propício, o suficiente, para os investidores aderirem com iniciativas duradouras“.
Declarou ser necessário que o sector privado lidere o mercado da mobilidade elétrica e “que está a acontecer até aqui e que parece ser o melhor” caminho.
Considerou que isso deve ser aplicado à infraestrutura logística, com os pontos de carregamento a serem detidos pela iniciativa privada, à semelhança do que acontece com os postos de combustível, sendo privados.