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O paradigma actual e o futuro das startups em Angola

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O tecido empresarial angolano está a passar por transformações tão profundas que o ambiente das Startups e PMEs (Pequenas e Médias Empresas) quase assemelha-se a uma corrida armamentista numa guerra pela sobrevivência numa realidade económica sob constante pressão.

Não obstante, o surgimento de apps e serviços como (Tupuca, Kubinga, Manifexto, Wii-Connect, Soba e-store, Garson, Sócia App etc. ) é uma realidade diária, embora a maior parte destas soluções estar concentrada na capital do país, Luanda. Apesar dos vários constrangimentos de ordem técnica, financeira e até legal (na ausência de uma base legal reguladora do segmento) que incidem sobre o ciclo de vida das Startups e PMEs nacionais, eis algumas razões pela qual defendo que Angola está pronta para acolher o crescimento de serviços digitais:

Para produtos originários da esfera digital, é importante existência uma população familiarizada com a tecnologia associada a ele, disposta a experimentar, flexível e tolerante a possíveis falhas oriundas de novos modelos de negócios. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, Angola tem cerca de 31 milhões de habitantes e segundo as projecções, chegará até aos 33 milhões de habitantes. As mesmas projecções davam conta de que o crescimento anual nacional tem sido de, em média, de mais de um milhão de pessoas (INE, 2019).

Basicamente, a composição demográfica da população Angolana está configurada da seguinte maneira:

Assumindo que a situação económica melhore e que, subsequentemente haja um aumento do poder de compra ao longo do tempo para uma parte significativa da população, é uma aposta segura investir nesta economia a longo prazo. Importa salientar que a educação é fundamental para tirar proveito da composição demográfica, o que se traduz no combate ao analfabetismo bem como na promoção da inclusão digital – esta última, sendo crucial.

Embora talvez não seja de conhecimento geral, Angola possui uma infraestrutura privilegiada, talvez até propicia para (sustentar a longo prazo empresas que actuam na esfera digital), principalmente se consideráramos a actual onda de Tecnologias de Informação que varre o continente nos últimos tempos. Passo a listar:

Source: ( https://www.hydropower.org/sites/default/files/publications-docs/2019_hydropower_status_report_0.pdf)

Em suma, a existência de infraestrutura de suporte à Startups e PMEs relacionadas as TICS é motivo suficiente para a realização de investimentos neste cenário crescente.

Basicamente, isso significa que há uma panóplia de oportunidades. Se tem um bom serviço, é aceite e valorizado pelo mercado, as chances de sobrevivência aumentam drasticamente. Ademais, a disponibilidade de ferramentas digitais actuais oferece a oportunidade de aumentar a escala e atingir um público maior.

Alguns dos sectores que podem se beneficiar são:

Olhando para o Futuro

Mesmo de uma maneira simplista, podemos ver que os pilares para o sustento da inovação existem, são reais e tangíveis. No entanto, algumas necessidades persistem, entre estas:

Para concluir, existem muitos motivos para não acreditar no mercado Angolano, mas ainda sim existem aqueles que mesmo diante de crises económicas, ausência de financiamento externo ou interno, constantes rejeições inúmeros empecilhos acreditam neste mercado e nesta Angola, eu sou um deles e talvez não estou sozinho.

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