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Cada país teve um “Hit Ratio”, ou seja, “impacto” com maior ou menor criticidade. No período da manhã em Angola notou-se com maior criticidade pois aparentemente tanto o SAT-3 e o WACS tiveram problemas
O que realmente aconteceu?
Dando sequência a nota introdutória e olhando de fora do país, conseguiu-se notar quem por volta das 9:46 da manhã no dia 16/01/2020 só Gabão e Congo países mais próximos de Angola e localizados na Costa Oeste Africana encontravam-se afectados conforme ilustrado na imagem abaixo.
Ao longo do dia após mais monitorização utilizando a “Oracle Intelligence Tool” foi possível ver na imagem 1.1 (apanhado feito as 11:15) que a Costa do Marfim estava com impacto de 0.3%, Angola já aparecia no mapa como um dos países afectados e com impacto de 0.6%, e o aumentou a criticidade no Congo e Gabão (Em comparação com a imagem anterior).
Outro apanhado feito por volta das 12:23, demonstra que o problema alastrou-se e a Namíbia passou a fazer parte dos países afectados ao longo da Costa com um “hit ratio”, ou seja, impacto de 4.7%, menos 4.1% na mesma hora que Angola na imagem 1.1.
Suposições
- SAT-3 corte no Sistema Submarino;
- WACS problemas no sistema submarino? Problemas em estações submarinas?
- Nitidamente que o Congo aparenta ter um problema com maior impacto em relação aos outros países na região;
Problemas em grande Escala
Sabendo que o país conta com (3) sistemas submarinos onde (1) termina em Cacuaco e é gerido pela Angola Telecom e os outros (2) terminam em Sangano e são geridos pela Angola Cables é “CRITICO” olharmos para os seguintes pontos:
- É fundamental a entrada de um novo cabo submarino em Angola e que o mesmo termine em Cacuaco / Angola Telecom (exemplos: ACE, SIMBA e ou EQUIANO);
- A resposta ao ponto (2): Neste momento Sangano esta bem servido em termos de amarração de sistemas submarinos. Problema são os caminhos terrestres de Luanda até Sangano que apesar de serem fibras redundantes o caminho / percurso é o mesmo.
Imaginando que haja um problema grave na barra do Kwanza – será impossível chegar-se até o WACS & SACS.
- Sequência do ponto (2): Logo se um dos cabos acima amarra-se em Cacuaco teríamos total redundância a nível de sistemas submarinos levando em consideração o “tempo de vida útil” do SAT-3 em relação os anos remanescentes para se chegar ao nível obsoleto.
Aspectos a se ter em conta:
- O tempo de vida útil de um sistema submarino vai de 20 a 25 anos;
- O SAT-3/WASC/SAFE foi implementado em 2001 – logo são 19 anos de utilização actual e de aproximadamente de 6 anos de tempo de vida útil remanescente. “E todos nós sabemos como o tempo VOA”.
Recomendações:
- Entrada de um novo sistema submarino (prioridade altíssima);
- Alojamento de informação e dados “LOCALMENTE” (prioridade altíssima);
- Ligações terrestres aos países vizinhos Sul, Este e Norte (prioridade altíssima);
- Utilização do SACS por parte de operadores regionais a Sul de Angola (Namíbia e África do Sul);
Notas:
- Relativamente ao ponto número (2) já existe serviços de Cloud locais como: AZCloud da Multipla, ACloud Angola Cables, ITACloud; Mstelcom Cloud etc..
- Dado sequência ao ponto acima é importante mencionar que até negócios de Startups que tenham a sua informação e ou sites alojados no exterior possam estar com problemas para poder aceder a sua informação;
Não se pode negar que problemas desta dimensão já podem ser evitados, que as recomendações acima mencionadas sejam levadas em consideração pelos tomadores de decisão bem como as empresas que operam no mercado Angolano para bem servir os utilizadores finais.
Traceroute local:
Cliente Tv Cabo em Angola para a Europa (Lisboa):
Caminho >>> Angola – Brasil – Estados Unidos – Europa
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O que se fazia em ~100ms com os problemas actuais é feito em ~403ms Luanda – Lisboa.