Foi possível apurar já este ano que, o entanto, se pedia que o sócio maioritário entregasse parte do seu capital a custo zero, o que foi negado pelo Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), que sempre defendeu ter de recuperar o valor do investimento, uma vez que se tratava de dinheiro que vinha das contribuições dos cidadãos. Passaram seis meses sobre aquele prazo e a solução continua adiada.
Aliás, parece lógico que deveria ser o próprio INSS a tratar da entrada de um novo sócio e não o Ministério das Telecomunicações, cujas empresas sob a sua tutela têm uma participação minoritária na Movicel.
Segundo o jornal Expansão na sua edição de sexta-feira, 17 de maio, foi apurado que o INSS tem negociações avançadas para entrada de um investidor sul-africano na empresa, mas têm de esperar que o Ministério se retire da solução, uma vez que, recorde-se, a liderança da administração é garantida pelo PCA da Angola Telecom e que apenas durante três meses em 2021, o INSS teve como PCA um quadro indicado por si, numa altura em que o sócio maior era o GAFP.
Em termos práticos, quem decide hoje e faz a gestão corrente na empresa é o Ministério das Telecomunicações, via Angola Telecom, e não o Ministério do Trabalho, que por via do INSS detém posição maioritária.
Enquanto se mantém este braço-de-ferro para perceber qual a solução, de quem deve administrar a Movicel e em que condições, a empresa está a desaparecer. Hoje já são necessários mais do que 150 milhões USD avançados no ano passado para que a empresa pudesse voltar a funcionar com normalidade.
Na sequência desta morte lenta, consubstanciada pela degradação dos seus serviços e pela perda de clientes, sabe-se agora que está há quase cinco meses sem pagar os ordenandos cerca de 400 colaboradores, que não recebem desde janeiro.
Actualmente, a Movicel tem apenas cinco lojas a funcionar e todas em Luanda, que garantem de forma tímida, alguns serviços da operadora, como venda de chips, recargas e telemóveis. Desde agosto de 2023 a Movicel passou a contar com os seguintes acionistas: INSS (51%), Angola Telecom (18%), GAFP (10%), Ifrasat (6%), Lello, SA(3%), Lisa Pulsaris (3%), Chitronics (2,5%), Novatel (2%), ENCTA (2%), Movicel,SA(2%) e Ominidata (0,5%).