“Nuxo”, uma ferramenta desenvolvida em Angola para identificação de notícias falsas em escala global

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Com o acesso a informação facilitado pela massificação da internet, novos problemas vão surgindo. Um dos problemas mais debatidos nos últimos tempos tem sido a propagação de notícias falsas.

Como sabe que a última notícia que leu hoje é verdadeira?

Várias organizações estão a desenvolver formas de validar a veracidade de informações divulgadas na internet. A equipe do Manifexto (agregador de notícias angolano) decidiu dar um passo a frente e lançou o Nuxo, a primeira solução baseada em inteligência artificial, virada para detecção de notícias falsas, desenvolvida em Angola, por angolanos.

Qual é a origem do nome?

Segundo a nota oficial da equipe Manifexto, ” Nuxo é o diminutivo de Manucho, um “nome de casa” bastante comum em Angola, geralmente dado ao filho mais velho, aquele que por natureza é o mais responsável, fiável, conciliador, protector e sempre disponível para os seus irmãos, em qualquer situação“. O Nuxo representa os mesmos valores, apresentando-se como o elemento em quem podemos confiar e com o qual podemos contar, para que, a qualquer momento, nos confirme se uma notícia é verdadeira ou falsa. A tecnologia, por detrás do Nuxo, possibilita uma solução para qualquer pessoa, disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano, em qualquer parte do mundo.

O Nuxo foi inicialmente treinado com uma base de dados de mais 10 mil notícias, todas elas identificadas como verdadeiras ou falsas. Após analisar todas elas, o algoritmo consegue identificar um padrão, algo que o ser humano não consegue fazer. Com base nisto, é criada uma base de análise e, daí em diante, cada notícia processada e analisada passa a ter o seu resultado incorporado no algoritmo, permitindo, assim, que a máquina aprenda. O que significa que, quanto mais notícias forem analisadas pelo Nuxo, mais eficiente e necessário ele se torna”, esclarece Zedilson de Almeida, director geral da Simpluz Tecnologias, empresa detentora do Manifexto.

Analise de notícias em qualquer língua…

A solução pode ter sido desenvolvida em Angola, mas o objectivo é atingir o maior número de utilizadores possíveis,visto que o “Nuxo” consegue analisar notícias em, virtualmente, qualquer língua. A solução pode ser utilizada por qualquer pessoa no mundo.

Para além disso, foi garantida a inclusão digital, uma vez que está disponível no Facebook e pode ser utilizado, sem gastar saldo, com recurso ao Facebook Zero. Para Angola, os mais 15 milhões de utilizadores da rede de telefonia móvel, podem utilizar esta solução sem terem de pagar pela internet. Outros 36 países, espalhados por todo o mundo, oferecem esta possibilidade.

Por causa do trabalho que temos vindo a desenvolver com o Manifexto, na luta contra as fake news, recebemos diariamente várias solicitações para identificar e informar se notícias específicas são ou não verdadeiras. O processo “fact-checking” é muito demorado, e consome muitos recursos humanos, para pesquisar e investigar cada uma das solicitações. Por isso, e sabendo que muitas entidades passam pelas mesmas dificuldades, decidimos utilizar a tecnologia para facilitar o processo, e consequentemente ‘empoderar’ a população”, explica Zedilson de Almeida.

Zedilson de Almeida adiciona que o Nuxo “não vai resolver o problema das fake news. O combate tem de ser individual. As pessoas têm de ser informadas sobre os perigos das notícias falsas e aprender o que fazer e não fazer para que possam activamente contribuir para a redução da proliferação das fake news, sendo o Nuxo apenas uma ferramenta que as irá ajudar no processo de identificação”. Cada um de nós tem de contribuir para a valorização da verdade dos factos e sem isso, será muito difícil vencermos a Infodemia e os seus inúmeros efeitos perversos.

Teste da verificação de uma notícia na plataforma Nuxo.

Estando cientes das reservas que milhões de pessoas têm quanto ao Facebook e à privacidade, a Marca faz saber que o Nuxo não está alojado no Facebook. O chatbot (software que simula um ser humano na conversação com as pessoas) no Facebook é apenas uma ponte que permite aos seus cerca de 7 mil milhões de utilizadores chegar ao Nuxo, que está alojado num servidor fora do Facebook.

Integração com mais plataformas

Quem não tem facebook deve estar a perguntar como vai usar esta solução. Em nota oficial a equipe de desenvolvimento do Nuxo informou que está a trabalhar para lançar noutras plataformas como WhatsApp, Telegram e Signal. Para quem utilize um computador, estão também ser desenvolvidas extensões para o Google Chrome e o Microsoft Edge.

Para utilizar o Nuxo basta clicar AQUI e enviar o link de uma notícia, via Messenger, a resposta é “instantânea”.

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