Moçambique tem problemas de base de infra-estruturas de acesso à internet, reconheceram vários especialistas das tecnologias de informação e comunicação que estiveram na última edição da MozTech, realizado em Maio último, na Arena 3D, em Katembe, Cidade de Maputo.
Para Vitor Cau, representante da PHC Software, esses problemas são uns autênticos obstáculos, onde sugere que os investidores devem atacar esses constragimentos.
“As oportunidades que o país possui só serão aproveitadas por empresas e gestores que migrarem. Não temos de inventar formas de chegar às pessoas, temos de usar meios para chegar às pessoas“, disse.
Um outro interveniente no principal evento tecnológico foi o Administrador do Millennium BIM, Jorge Octávio, que frisou que os bancos também estão presentes nas plataformas digitais, acrescentando mesmo que um banco comercial não pode operar sem plataformas digitais.
“O BIM não é excepção. Nestes dois anos, fechados em casa por causa da pandemia, tivemos de, muitas vezes, usar o telemóvel para trabalhar. Dos nossos clientes activos, 7 em cada 10 usam as plataformas digitais”.
Segundo ainda o Administrador do Millennium BIM, coisas que Moçambique não sonhava há alguns anos são hoje possíveis, sublinhando que se não houver investimento nas bases de internet no país, as empresas correm o risco de desaparecem.
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Jorge Octávio reforça que não basta só estar na internet e importar tecnologias, é recomendável que os investidores tenham a noção da importância do contexto, de modo a evitar serviços bons, mas inadequados para a realidade moçambicana.
Ainda nessa senda de assunto e a representar o Governo moçambicano, Lourino Chemane, PCA do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação, informou que não basta ter infra-estruturas robustas sem segurança. O gestor lembrou que nem todos os conteúdos devem ser levados às plataformas digitais, por uma questão de segurança.
Chemane revelou que o Governo está a pensar num mecanismo de gestão de dados, que é uma funcionalidade de grande importância neste século.
“ecisamos de cuidar de dados para garantir a soberania e a privacidade dos cidadãos” reiterou.
O PCA sublinhou ainda que o Governo está interessado em proteger o consumidor e o sector privado, que contribui para a produção dos conteúdos no espaço cibernético, e onde aconselhou os investidores a conhecerem os limites do Estado moçambicano, a pensar em fronteiras dentro do espaço internet, que tem uma lógica concreta de funcionamento.
“Por exemplo, um empresário deve saber onde está a alojar um site para saber onde buscar ajuda em casos de necessidade. É prioridade do Governo promover o empreendeodrismo digital e criar ecossistema de empresa na área digital, contribuindo para o PIB”, finalizou.