Em 2020 o mundo enfrentou uma crise sanitária de uma dimensão histórica, obrigando muitas empresas a terem de despedir funcionários para poderem sobreviver aos confinamentos. A redução da mão de obra por parte das empresas de todos os ramos de atividade generalizou-se. A incerteza cresceu e as hipóteses de solução do mercado escasseavam cada vez mais.
É neste contexto que surgiu o FREELA.
Nuno Adilson, gestor da plataforma, explica que se trata de “um movimento que criámos para servir de solução às várias adversidades com o que o mercado moçambicano lida. Começando pela grande discrepância em termos da oferta de trabalho para jovens com talento e as oportunidades que o mercado de trabalho oferece, vimos uma oportunidade de criar uma plataforma onde os mesmos podem expor os seus talentos e conseguir um trabalho temporário“.
O FREELA foi criado em 2021 pela IUTECH, uma startup moçambicana que atua no sector informático, especializada no desenvolvimento de aplicativos. Noutras geografias, iniciativas desta natureza já existem. Porém, em Moçambique, esta é a primeira plataforma funcional dedicada aos freelancers.
“O principal objetivo do FREELA é ajudar os jovens moçambicanos, primeiro a descobrir o seu talento, depois a aprimorá-lo, porque no FREELA não só existem oportunidades de trabalho, mas também temos vários recursos para aprimorarem as suas habilidades, havendo também espaço para os mesmos venderem os seus serviços a quem precisar“, disse Nuno Adilson.
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FREELA é composto por uma equipa de seis jovens moçambicanos dispersos por diferentes áreas: há pessoal afeto à área da programação, onde estão quatro técnicos informáticos, e ao departamento de comunicação e marketing onde estão mais dois colaboradores, incluindo um gestor.
Quanto às características da própria plataforma, Nuno Adilson explica que “criamos uma plataforma muito simples em termos de design, em que quem entre percebe o que está a acontecer. Temos um espaço onde se faz a divulgação dos serviços e temos outro onde se faz a divulgação das oportunidades de trabalho. É através deste espaço que conseguimos segmentar e dar oportunidade a cada um para comunicar o que realmente pretende“.
Atualmente, os websites que fornecem serviços possuem também um aplicativo que pode ser instalado nos dispositivos móveis, a fim de os tornar acessíveis. É este o caminho que a equipa do FREELA se prepara para seguir, segundo o respetivo diretor operacional, Joaquim Fernando.
“As perspectivas actuais são de lançar, em breve, o aplicativo, pois é um pedido que a maior parte das pessoas tem feito como parte do feedback para nós“, disse, sublinhando ainda o facto de a plataforma ter sido feita com “as melhores tecnologias, as melhores ferramentas e também esta garantir a segurança dos utilizadores“.
Joaquim Fernandi esclarece que “quanto ao serviço de atendimento temos uma equipa de, pelo menos, quatro pessoas, que estão diretamente ligadas à área de suporte e de gestão. Estamos a falar dos programadores, departamento comercial, call center e de rede sociais. Então, é uma equipa disponível a tempo inteiro para dar suporte à plataforma“.
Além disso, “damos suporte aos utilizadores que interagem a partir dos comentários e, também, para quem não consegue aceder à plataforma, nós respondemos através de e-mail ou por telefone. Tanto nas plataformas como nas redes sociais, tentamos entrar em contacto com o utilizador em questão para responder e resolver o problema em questão“, explica Júlia Sacamba, responsável pela área de suporte da plataforma.