Contribuir para o acesso dos produtos à informação técnica e tecnologias agrárias necessárias para aumentar a sua capacidade de resiliência às mudanças climáticas é uma das perspetivas do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).
O país tem vindo a sofrer, nos últimos anos, duros impactos causados por este fenómeno, por isso o IIAM quer acelerar o processo de geração disseminação de tecnologias para acompanhar a dinâmica das alterações climáticas, socioeconómicas e os interesses da indústria e do consumidor.
Segundo Olga Fafetine, diretora-geral do IIAM, que falava nas jornadas Científicas da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), a instituição vai canalizar todo o esforço de investimento para a geração das tecnologias de modo a responder aos desafios impostos pelas mudanças climáticas, emergência de doenças e pragas, variação do interesse do mercado e indústria, evolução da situação económica dentro e fora do país.
Segundo Fafetine, a pesquisa desenvolvida pelo instituto abarca todas as cadeias agrícolas produtivas básicas e de rendimento, para além das linhas de investigação relacionadas com as ciências animais.
A diretora acrescentou que a geração de resultados de investigação agrária requer um trabalho contínuo e longo, que se complementa volvidos muitos anos.
“O IIAM participou em projetos conjuntos de pesquisa com os seus parceiros dos centros internacionais de investigação, instituições académicas nacionais, institutos congéneres da região austral de África, que geraram e/ou validaram tecnologias novas e produtos prontos para serem disseminados e utilizados pelos produtores”, disse.
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Olga Fafetine referiu que a missão do IIAM é gerar conhecimento e soluções tecnológicas para o agronegócio, segurança alimentar e nutricional.
“Neste contexto, a instituição pesquisa todas as componentes necessárias para a geração de pacotes tecnológicos para todas as culturas potenciais nas zonas agroecológicas e para os diferentes sistemas de produção”, afirmou.
Segundo ela, as pesquisas desenvolvidas pela instituição é apoiada por uma série de programas transversais para todas as culturas, como, por exemplo a proteção de plantas, maneio integrado de pragas e doenças, produção de fertilizantes, biotecnologia, estudos socioeconómicos, controlo de qualidade, laboratórios de solos, entre outros.
Fafetine indicou que as cadeias básicas produtivas abarcam cercais (milho, arroz, mapira e trigo), leguminosas de grão (feijões vulgares, nhemba e boer), raízes e tubérculos (mandioca e batata-doce) e as hortícolas (tomate, repolho, cebola e alho).
Já na cadeia produtiva de rendimento inclui soja, gergelim, algodão, batata-rena, girassol, óleo de palma, fruteiras e florestas.