O Director interino de Engenharia do Standard Bank, Gulamo Nabi, considera que Moçambique está a consolidar a segunda fase da economia digital, que consiste na criação de negócios baseados em redes de computadores.
Nabi disse ainda que, o país está a dar os primeiros passos da última fase, que tem a ver com a comercialização electrónica de produtos e serviços.
“Relativamente ao sector bancário, o futuro dos serviços financeiros será totalmente diferente da banca tradicional de hoje, o que pressupõe o estabelecimento de parcerias, tendo como fim servir os clientes de forma plena“, disse.
A fonte falava recentemente em Maputo, no âmbito da realização da IX edição da Conferência Mondato, um evento organizado pela “Mondato Summit Africa”, em parceria com a FSD Moçambique e o Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM). O evento visava debater o papel dos países africanos na promoção da inclusão financeira através da digitalização das suas economias.
“Foi neste sentido que o Standard Bank decidiu antecipar-se, transformando-se numa organização Pronta Para o Futuro (Future Ready) tendo, para o efeito, firmado importantes parcerias com vista à satisfação das necessidades dos clientes através da complementaridade dos serviços“, informou.
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Prova disso, acrescentou, é o facto de ter sido o primeiro banco a estabelecer em 2016 uma parceria de interoperabilidade de serviços com uma carteira móvel que permite a transferência de dinheiro entre contas de forma rápida, segura e em tempo real beneficiando, em grande medida, as zonas rurais, onde não existem instituições bancárias.
“Em 2017, o Standard Bank criou a incubadora de negócios, onde desenvolve programas de capacitação em áreas de promoção ao empreendedorismo e emprego, empoderamento económico de mulheres e conteúdo local através do estímulo à inovação tecnológica“, sublinhou.
Por seu turno, a directora executiva da FSD Moçambique, Esselina Macome, falou da importância, para Moçambique, da realização deste evento que serviu de plataforma para partilhar com os outros países o que tem sido feito no âmbito da inclusão financeira.
“Temos a inclusão financeira como um pilar importante no país, porque acreditamos que contribui tanto para o desenvolvimento bem como para o alívio da pobreza“, reiterou.
Para Macome, o processo de digitalização da economia moçambicana ainda está numa fase incipiente apesar do crescimento que se regista no uso de soluções baseadas em ferramenta digital.
Realizada sob o lema “Gerando Valor numa África Pós-Pandemia através da Transformação e Inclusão Digital”, a conferência juntou diversos intervenientes do processo de inclusão financeira do continente, tais como bancos, reguladores, doadores, fintechs, provedores de serviços financeiros, telecomunicaçõe, entre outros.