Moçambique deve investir na tecnologia para se desenvolver, defende especialista

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O assistente do secretário-geral das Nações Unidas, Bernardino Mariano Joaquim Júnior, defendeu que Moçambique deve investir na tecnologia para alcançar o desenvolvimento e, até, combater o terrorismo.

Em entrevista ao jornal O País, o técnico de informática desafia ainda que se invista no comércio eletrónico e que se pense em soluções inovadoras para responder aos desafios atuais.

“Neste momento em que temos todas estas tecnologias, por exemplo, a inteligência artificial, a robótica, são objetos que ainda não estamos a explorar muito em Moçambique e os jovens não têm acesso. O que eu quero dizer é que os jovens e todos nós para desenvolver o nosso país temos que pensar nas oportunidades que estão além daquilo que existe. Neste período de digitalização, que está a ser arfante para o desenvolvimento, é importante que os jovens comecem a pensar na ciência de Dados, Robótica e de Inteligência Artificial, e não como consumidores, mas sim criadores, como inovadores e claro que o governo e sociedade privada e a banca tem de criar um ecossistema que propicie este desenvolvimento, portanto a inovação dos jovens”, disse o moçambicano, natural da província de Nampula.

Na sua abordagem, Bernardino Júnior destaca que “o Governo moçambicano deve criar um sistema onde o sector público possa trazer a inovação e usar o ecossistema”, contribuindo assim que aceleração digital tenha um impacto positivo na sociedade civil.

Penso que o governo deve trabalhar para permitir que um agricultor produtor de batata, que se encontra na província de Niassa, tenha a capacidade de ter acesso ao comprador através de uma aplicação. O meu sonho é que Moçambique comece a investir em aplicativos e plataformas de dados que façam a conexão entre um produtor e o vendedor de uma maneira muito mais rápida e transparente. O que quero dizer é que a tecnologia pode ser usada de modo que um produtor que está em Niassa, num distrito recôndito, tenha acesso ao comprador usando uma plataforma digital“, considerou.

Quanto ao processo de digitalização dos dados moçambicanos, o especialista informa que “este processo em Moçambique ainda é piloto, mas temos que os transformar para serem sustentáveis e abranjam o nível nacional e tenham sustentabilidade de muito mais prolongada do que a de um projeto financiado por uma instituição, seja as Nações Unidas, ou outras“.

Nós começamos, sim, e temos pilotos em várias áreas, mas penso que é necessário irmos para o nível seguinte de maturidade, onde os dados são constantemente usados e atualizados, com uma sustentabilidade que permita que o Governo, o sector privado e a sociedade civil tomem decisões e focalizem certas áreas que são importantes. Por isso, eu disse que Moçambique está num ponto crucial, que é do seu desenvolvimento. Se todos nós tomarmos isso como algo que é parte dos moçambicanos, para desenvolver o país, poderemos chegar lá e usufruir dos benefícios da tecnologia“, concluiu.

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