Um jovem moçambicano criou um sistema automatizado de orientação e mobilidade de pessoas com deficiência visual, o que deverá ajudar na sua inclusão social, através da sua independência dos acompanhantes.
A tecnologia foi criada por Carlos Mondlane, um aficionado por sistemas digitais e antigo aluno de Engenharia Informática da Universidade Zambeze (UniZambeze).
O projeto compreende um sensor ultrassónico ligado a óculos de proteção, capaz de identificar vários obstáculos e de emitir sinais rápidos para o utilizador.
Em declarações ao NOTÍCIAS, o criador deste sistema, batizado como KUVONA (ver, em chagana), disse que o principal objetivo da sua invenção é dar maior independência às pessoas com deficiência visual para se deslocarem em segurança.
“Esta é uma resposta para os nossos irmãos com problemas de visão. Esta solução é um mecanismo de ajuda para reduzir colisões que eles têm na sua vida diária e dará maior autonomia ao andar na estrada”, disse.
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De acordo com Mondlane, os óculos com um sensor ajudarão a identificar objetos através de vários ângulos, cuja deteção através da bengala branca se revela ineficaz ou não assertiva a certos obstáculos em frente da pessoa.
“A bengala é importante, mas não pode detetar obstáculos fora do chão, por exemplo, galhos de árvores ou arames para secar a roupa que podem atingir a pessoa antes que este instrumento os possa identificar”, sublinhou, acrescentando que o KUVONA olha para vários ângulos definidos para o conforto do utilizador. No entanto, Mondlane espera obter financiamento para adquirir os componentes para continuar a aperfeiçoar o sistema e construir uma oficina com as necessidades de produção destes óculos.
A Associação de Cegos e Deficientes Visuais de Moçambique (ACAMO), por sua vez, congratula-se com o projeto que irá revolucionar a forma como andam, proporcionando-os maior segurança e independência.
Segundo a presidente do Comitê de Mulheres com Deficiência Visual, Isaura Baptista, o desenvolvimento desta tecnologia é um ganho porque será usado a favor destas pessoas com necessidades especiais e dar-lhes-á mais prestígio.
Refira-se que, este projeto venceu o prêmio Municipal da Juventude, no âmbito das celebrações dos 135 anos da Cidade Maputo, bem como representou Moçambique na 15.a Sessão Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CPDP), nos Estados Unidos da América.