Menos Fios

Microsoft finalmente chega à Angola

Para um país desenvolver-se a nível tecnológico, precisa ter a presença dos grandes players internacionais, isso implica não só os ter fisicamente no país como prestadores de serviço ou como empresa comercializar os seus serviços, mas também uma presença digital a nível de acesso de conteúdos.

No dia 08/03/2021, o país acabou por dar um novo passo significativo para o ecossistema de Internet em Angola. Pela primeira vez na história da Internet Angolana um provedor de conteúdos interligou-se diretamente à um IXP (ponto de troca de tráfego) com o seu próprio ASN (número de sistema autónomo).

Falamos da Microsoft propriamente. Empresa com um footprint global e conhecida pelos vastos produtos de softwares entre os mais populares estão as linhas de sistemas operacionais Windows, OneDrive, OneNote a rede social LinkedIn, Skype e Skype for Business, a solução de comunicação empresarial Microsoft Teams, a linha de aplicativos para escritório Office 365 e o navegador Edge. Entre produtos de hardware estão as consolas de videogame Xbox.

A interligação da Microsoft aconteceu no dia 08/03/2021 conforme detalhes abaixo:

Que diferença trará essa nova implementação relativamente ao cenário existente?

Primariamente é importante entender o conceito de Caches. Caching é o processo de armazenamento temporário de cópias de dados (ficheiros, imagens, etc.) em uma determinada localização. Trata-se de uma técnica frequentemente usada por operadores com o fim de melhorar a experiência do utilizador final e redução da carga gerada pelo número de consultas de um determinado domínio/pagina em uma região geográfica.

Em outras palavras: em uma eventual consulta da página www.menosfios.com alojada fora
do país, uma quantidade de informação é carregada como resultado (texto, imagens, códigos, etc.). De formas a permitir a distribuição mais efetiva e rápida, parte do conteúdo é guardado em um servidor local dentro da rede do operador. A próxima consulta feita por outro utilizador parte do conteúdo passará a ser carregado por via do servidor local na qual
armazenou anteriormente a informação resultado numa melhor experiência pelo utilizador.

Realçando, em Angola no momento temos os seguintes caches de CDN(s) internacionais
localmente alojados:

A entrada da Microsoft representa a sétima presença de um CDN (provedor de conteúdo) alojado em Angola, porém a primeira com nuances diferentes.

As grandes diferenças entre os modelos

Instalações existentes são maioritariamente caches feitas entre “operador X” & “provedor
de conteúdo Y”. De um modo geral caches não servem como fonte de armazenamento
“nativo” da informação por parte do provedor de conteúdos, mas sim partes na qual a
requisição de consulta elevada leva ao seu armazenamento.

Neste modelo o “operador” garante o acesso aos seus clientes e entidades do seu interesse
aos conteúdos cacheados. O custo associado a sustentabilidade da infraestrutura pesa essencialmente sobre o operador. Do ponto de vista global os clientes destes operadores poderão não representar a vasta maioria de usuários no país enquanto sociedade.

Novo modelo/implementação:

O grande marco e razão da satisfação da comunidade das TICs locais, cinge-se ao facto de
que a Microsoft poderá “abrir” portas para que outros grandes provedores de conteúdos e
players” no mercado possam seguir esta iniciativa.

Próxima abordagem: No próximo artigo vamos nos focar nas medições através de alguns provedores de Internet no país e tentar medir o antes e depois para podermos ilustrar claramente os benefícios desta nova instalação.

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