Um software malicioso chamado WannaCry lançou o caos em empresas de todo o mundo, em 2017, após ter infetado e bloqueado dezenas de milhares de computadores. Estima-se que os prejuízos provocados por este sistema de ransomware tenham chegado aos quatro mil milhões de dólares.Aquele sendo um dos maiores e piores (em termos de impacto) ataques informáticos de sempre pode, muito em breve, ter uma espécie de sequela. Esta foi uma das conclusões apresentadas pela empresa de cibersegurança Kaspersky no relatório de previsões anuais para 2023.
“Estatisticamente, estes ataques acontecem a cada seis, sete anos. Vulnerabilidades
como o EternalBlue (que permitiu o WannaCry) são raras. A razão pela qual fazemos esta previsão é porque os mais sofisticados grupos de piratas informáticos têm pelo menos uma vulnerabilidade destas (guardada)”, sublinha David Emm, analista da Kaspersky.
Segundo a tecnológica, a tensão geopolítica que se vive atualmente pode levar a ataques diretos entre grupos de piratas informáticos e fazer surgir os detalhes de vulnerabilidades para o grande público, o que abriria portas para um ataque de escala semelhante ao WannaCry.
Mas há mais. A Kaspersky prevê ainda um aumento significativo do número de ataques destrutivos. Estes são ataques cujo objetivo principal é, apenas e tão somente, provocar estragos – se possível, irreparáveis – nos alvos.
Mas aquela que é talvez a previsão mais ‘fora da caixa’ da Kaspersky para 2023 são os ataques informáticos contra satélites. Mais especificamente, a empresa está convencida de que “vão aumentar ataques a tecnologias, produtos e operadores de satélites”.