Internet em Angola “Marketing Digital: Profissão do Futuro?”

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O nosso país, está focado na implementação das mais variadas medidas económicas exigidas pelo FMI e outras instituições internacionais. Estas medidas têm um impacto directo ou indirecto no crescimento de utilizadores de internet no país. O acesso a World Wide Web é dispendioso e não é para o bolso de qualquer cidadão.

Segundo a pesquisa de Janeiro de 2019 do site Hootsuite, Angola possui uma população estimada em 31.28 Milhões de habitantes, com uma urbanização ou crescimento da população nas mais variadas cidades do país na ordem dos 66%.

O estudo aponta também para o total de 13.97 milhões de angolanos ou residentes, com acesso à subscrições no telemóvel (com número comprado a uma operadora) correspondendo assim a 45% da população nacional, o que quer dizer que 55% dos cidadãos nacionais não tem acesso a um telefone.

O número total de utilizadores na internet até ao momento, é de 5.95 milhões, mas somente 3.50 Milhões de pessoas são utilizadores activos de redes sociais.

Houve um crescimento populacional na ordem dos +3.3 % (correspondente à +1Milhão), no que diz respeito as subscrições móveis houve um aumento de +4.8 % (+ 644 Mil novos usuários), registou-se também um aumento de mais de +800 Mil novos utilizadores activos nas redes sociais (correspondendo a cifra de +30 %).

Trata-se de um crescimento considerável, atendendo a realidade do nosso país tendo em conta a população geral de 31.28 Milhões de Habitantes:

• 50.9% – são mulheres
• 49.1% – são homens
• 66% – Urbanização
• 66% – Escolaridade: 53 % mulheres / 80% homens

Somente 19% dos habitantes tem acesso a internet, este número corresponde a 5.95 Milhões de pessoas. Dentro deste número de utilizadores 5.78 Milhões acedem também através de dispositivos móveis, uma taxa correspondente a 18% do total da população em Angola.

Tive a oportunidade de realçar aqui o número do usuários registados nas redes sociais mas é necessário evidenciar os usuários activos, ou seja, pessoas que interagem no mínimo 12 horas por dia.

• Total de utilizadores activos nas redes sociais 3.50 Milhões (11% da população). Destes utilizadores 3.40 Milhões também acedem por dispositivos móveis.

A promoção de conteúdos e produtos pelas redes sociais tem sido uma tendência muito utilizada por empresas e também particulares, já que os algoritmos destas redes sociais, providenciam estimativas fidedignas, mediante o valor a investir, por isso, as publicidades pagas nas plataformas, estão intrinsecamente ligadas às estratégias de Marketing Digital.

Ainda assim, é necessário entender os números, já que diferente do Marketing Offline, onde não existem métricas e não é possível determinar o alcance de qualquer publicidade veiculada por: rádio, tv, outdoors, panfletos e etc.

Ao contrário disso, no digital as audiências de publicidade, nas redes sociais possuem números que tendem a crescer, com o passar dos anos.

Audiência (público que terá acesso a publicidade)

Facebook – 3.50 Milhões de utilizadores

• 40 % mulheres / 60 % homens

Instagram – 380 Mil

• 43% mulheres / 57 % homens

Twitter – 49.6 Mil

• 18 % mulheres
• 82 % homens

Linkedin – 410 Mil

• 27 % mulheres
• 73% homens

Os estudos vão mais a fundo nas questões inerentes a promoção nas redes sociais, mas há que reconhecer que a realidade em Angola ainda não é das melhores. Marcas há que não limitam a sua promoção somente para o território nacional, já que a exposição no Facebook é global e em alguns sectores como: telecomunicações, desporto, bebidas e entretenimento, o factor linguístico joga um papel preponderante, já que o acesso às métricas permite a identificação de outros nichos fora do país de produção.

Os indicadores relacionados ao comércio eletrónico ainda são desanimadores, já que só 29% dos habitantes tem conta bancária e o mais preocupante é o facto de se constatar, somente 4.4 % da população ter acesso a um cartão de crédito e destes, só 1 % faz compras online. Números nada encorajadores para o comércio electrónico em Angola.

O Marketing Digital é uma aposta para o mercado, na perpectiva da globalização das marcas, produtos e serviços, já que as limitações financeiras, de urbanização ou acesso total a internet, não deve limitar a possibilidade de conquistar outros nichos em Moçambique, São Tomé, Congo e outras regiões da África Austral.

Para concluir, deixo a seguinte questão: Será o Marketing Digital, uma profissão para o futuro?


Aceda ao relatório da Hootsuite.


Sobre o autor:

Meike Castanheta Neves (Kelly Stress) | Director de Comunicação e Imagem Do Clube Desportivo 1º de Agosto

 

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