Libratus, um projeto de inteligência artificial desenvolvido pela Carnegie Mellon
University, fez história após derrotar profissionais do poker pela primeira vez.
Não é novidade que máquinas já venceram humanos em outros jogos de estratégia, tais como o xadrez, mas desta vez a tecnologia conseguiu desenvolver um algoritmo que ensina a máquina a técnica do bluff, uma das bases deste jogo de cartas.
Poker é conhecido como um jogo imprevisível, por este motivo, a capacidade de um jogador para fazer bluff pode ser a linha que separa uma vitória de uma derrota. Em torneios anteriores, onde humanos estiveram frente a frente com IA, o truque na manga era, então, a possibilidade de poderem fazer bluff em sua vantagem.
O facto de que máquinas não podiam interpretar o comportamento dos adversários era a sua fraqueza neste jogo e, por isso, um jogo de poker era um desafio imune às táticas de IA por falta de informação para analisar o jogo.
De acordo com a notícia do jornal The Telegraph, a vitória de Libratus foi dada em Filadélfia, EUA, onde a máquina conseguiu vencer, com 1.7 milhões de dólares em fichas, quatro jogadores do top mundial, numa maratona que durou 20 dias. Da total duração do torneio, os profissionais conseguiram apenas cinco dias de vitórias.
Libratus foi criado em associação com um professor de Ciência de Computadores na CMU, Tuomas Sandholm, e Noam Brown, um estudante de doutoramento. Tuomas Sandohlm afirmou que a capacidade da sua fantástica invenção desenvolver estratégias num jogo, mesmo em situações de informação imperfeita ou incompleta, ultrapassa a dos profissionais de poker.
Um computador capaz de fazer isto apresenta um avanço na tecnologia e ciência que poderá vir a ter inúmeras aplicações no futuro.
O maior desafio para as máquinas ganharem num jogo como o poker era aprenderem a fazer bluff. Tal como afirmou Frank Pfenning, chefe do departamento de Ciência de Computadores na CMU, o computador seria incapaz de vencer no poker se não aprendesse a fazer bluff.
O reconhecimento desta IA na maratona já despertou o interesse de várias empresas por todo o mundo, que procuram aplicar o algoritmo desta máquina para resolver problemas.
Adaptando o algoritmo, desenvolvido por Toamus e Noam, a novas situações, prevê-se que será possível que máquinas resolvam situações onde a informação poderá estar incompleta. As suas futuras aplicações incluem negociações, estratégias militares, segurança cibernética e tratamentos médicos.
Dong Kim, um dos jogadores profissionais presentes neste evento, teve anteriormente a
possibilidade de desafiar outros protótipos da CMU, sendo um deles Claudico, um projeto de 2015.
O jogador afirmou, então, que ainda o torneio não ia a meio, e já sabia que não teriam qualquer hipótese de vencer Libratus. Menciona ainda que a derrota de Claudico, no torneio anterior, foi dada devido às falhas do algoritmo do seu programa, em que os jogadores foram capazes de simplesmente fazer bluff até à vitória, e que desta vez, sentiu que o feitiço se virou contra o feiticeiro.
Quais os próximos passos no avanço da Inteligência Artificial? Será este o primeiro para o
desenvolvimento de máquinas que pensam por si mesmas?
[…] esporte. Na ocasião, a vitória foi tão larga que levantou vários debates sobre como a tecnologia pode influenciar o futuro do […]