O director do Instituto de Modernização Administrativa (IMA), Meick Afonso, destacou, em recente entrevista, a importância da internet para a automação dos serviços públicos em Angola. Segundo ele, a qualidade e o acesso à rede são cruciais para o sucesso dos projectos de aceleração digital no país.
“É uma acção paralela e necessária, tanto do ponto de vista da melhoria quanto da extensão do acesso à internet. O Estado deve ser o catalisador, com o apoio da iniciativa privada“, explicou.
Afonso também mencionou o Projecto de Aceleração Digital de Angola, que inclui apoio à conectividade e inclusão digital. Uma das principais fontes de financiamento é um crédito de 300 milhões de dólares do Banco Mundial. No entanto, o director esclareceu que, por enquanto, o projecto encontra-se na fase de estudos de mercado e avaliação das lacunas digitais (digital gap).
“Será feito um estudo para compreender as necessidades específicas de diferentes regiões, o que levará de três a seis meses. A partir daí, serão lançadas licitações para implementar as reformas“, detalhou.
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Sobre os três anos de existência do IMA, criado por decreto presidencial, Meick Afonso avaliou os resultados como positivos, mencionando avanços como o suporte à ENAPP (Entidade Nacional de Administração Pública e Privada), que centraliza os concursos públicos.
“Houve melhorias na transparência e na satisfação dos cidadãos, embora ainda enfrentemos desafios relacionados à acessibilidade do modelo“, afirmou.
Outro ponto abordado foi a digitalização dos serviços consulares, visando facilitar o acesso aos cidadãos angolanos no exterior. Segundo Afonso, um sistema integrado de gestão consular está em desenvolvimento e será consolidado nos próximos três anos.
Com iniciativas estruturadas e a colaboração entre sectores público e privado, o director do IMA acredita que a aceleração digital em Angola é um caminho sem volta, prometendo modernizar os serviços e atender às necessidades da população de maneira inclusiva.