A Inteligência Artificial (IA) apresenta oportunidades e desafios interligados que exigem uma abordagem coordenada para mitigar os riscos à estabilidade, governação e segurança no continente africano.
Essa ideia foi partilhada pelo diplomata angolano Matias Pires, falando na última reunião ministerial do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) sobre o Impacto da IA na paz, segurança e governação em África, realizado em formato virtual.
Em sua abordagem, Matias Pires apontou o impacto da IA na desinformação política, discurso de ódio, ciberataques, terrorismo, operações militares, corrupção e violação das liberdades individuais.
“Apesar do seu potencial para impulsionar o progresso e contribuir para a concretização das aspirações da Agenda 2063 da UA e da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a tecnologia também pode ser mal utilizada, representadndo uma ameaça à paz e a segurança“, frisou.
O responsável defendeu ainda a necessidade de esforços conjuntos para fortalecer as capacidades nacionais e regionais na detencção, resposta e recuperação de ameaças digitais.
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Matias Pires frisou também que Angola é pela implementação de regulamentações adequadas para garantir um uso ético e responsável da IA, de modo a proteger indivíduos, infraestruturas críticas e sistemas políticos.
Quanto ao plano nacional, o embaixador destacou a aprovação, em 2024, do Livro Branco das Tecnologias de Informação 2023-2027, que estabelece directrizes para o desenvolvimento sustentável do sector tecnológico no país.
O documento traça políticas estratégicas para a adopção da IA, alinhando-se com iniciativas continentais e globais.
Disse que Angola reconhece o potencial da IA para impulsionar o crescimento económico, melhorar a qualidade de vida da população e posicionar Angola como um actor relevante no cenário tecnológico global.
A nível continental, recordou, em Agosto de 2024 a UA endossou a Estratégia de IA Continental, que orienta os Estados-membros na adaptação e aplicação de legislação existentes sobre protecção de dados, propriedade intelectual e concorrência, bem como na identificação de lacunas e na implementação de avaliações de impacto de risco.