Um grupo de piratas informáticos (‘hackers’) russos publicou ontem(06) uma lista de mil alegados agentes dos serviços secretos ucranianos, que acusou de representarem um perigo para a Rússia.
“A equipa do RaHDit envia saudações calorosas à direção de inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia e publica a primeira lista de mil pessoas pertencentes a esta estrutura”, informou o grupo na rede social Telegram, noticiou a agência espanhola EFE.
O grupo também publicou o ‘link’ de acesso aos dados e prometeu que irá fazer novas revelações, segundo a agência russa Ria-Novosti.
O grupo disse que “a inteligência militar ucraniana está diretamente envolvida na promoção de ideias nacionalistas”.
“Os seus sabotadores representam uma ameaça para o nosso país”, escreveram os ‘hackers’.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho.
O grupo RaHDit disse que obteve os dados “graças às mãos desajeitadas dos administradores de Rybalskyi Ostriv”, a sede da Direção da Inteligência Militar Ucraniana.
Referiu ter comparado dados roubados nas unidades militares com certos padrões de comportamento digital para determinar os possíveis espiões.
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Posteriormente, os “suspeitos” foram verificados e confirmados como agentes dos serviços de inteligência, num processo que envolveu também o cruzamento de dados com as contribuições para o sistema de pensões.
“Em breve, revelaremos os detalhes daqueles que trabalham sob a cobertura de embaixadas e daqueles que conspiram em redes de espionagem em vários países de todo o mundo”, acrescentou o grupo.
A Rússia tem sido frequentemente acusada pelo Ocidente de realizar ataques cibernéticos e operações de desinformação para tentar influenciar a política em alguns países, como os Estados Unidos ou o Reino Unido.
Em maio, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, acusou a Rússia de ter efetuado ciberataques contra uma rede de comunicações por satélite uma hora antes da invasão da Ucrânia para “facilitar a agressão militar”.
O ataque afetou também vários países da UE, além da Ucrânia, e constituiu “mais um exemplo do padrão contínuo de comportamento irresponsável da Rússia no ciberespaço”, disse Borrell na altura.
A Rússia queixou-se hoje de que tem sido alvo de uma campanha de ciberataques sem precedentes, com mais de 200 ataques diários, desde a invasão da Ucrânia.