Hackers da Coreia do Norte roubaram valor recorde em 2022

1086

Um novo relatório de peritos da ONU indica que piratas informáticos norte-coreanos a trabalhar para o Governo roubaram bens virtuais recordes no ano passado.

As autoridades sul-coreanas, citadas pelos meios de comunicação social da Coreia do Sul, “estimaram que os agentes da ameaça cibernética da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial], patrocinados pelo Estado, roubaram bens virtuais no valor de cerca de 1,2 mil milhões de dólares [1,1 mil milhões de euros] a nível mundial desde 2017, incluindo cerca de 630 milhões de dólares [587 milhões de euros] só em 2022“, de acordo com o documento, elaborado por um painel de peritos.

Os piratas recorreram a técnicas cada vez mais sofisticadas para obter acesso a redes digitais envolvidas em ciberfinanciamento, e para roubar informação que poderá ser útil nos programas nucleares e de mísseis balísticos da Coreia do Norte a governos, indivíduos e empresas, acrescentou o relatório, ao qual a agência de notícias Associated Press teve acesso na terça-feira.

Os peritos salientaram que, com as crescentes tensões na península coreana, a Coreia do Norte continuou a violar as sanções da ONU, a produzir material nuclear de qualidade militar e a melhorar mísseis balísticos, programa que “continuou a acelerar dramaticamente”.

MAIS: FBI culpa Coreia do Norte de roubar US$ 100 milhões em criptomoedas

No ano passado, a Coreia do Norte lançou pelo menos 73 mísseis balísticos e mísseis que combinam tecnologias balísticas e de orientação, incluindo oito mísseis balísticos intercontinentais, disse o painel, que monitoriza as sanções contra a Coreia do Norte.

Pyongyang efetuou 42 lançamentos, incluindo o teste de um alegadamente novo tipo de ICBM e um novo motor ICBM de combustível sólido, nos últimos quatro meses de 2022.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou um “aumento exponencial do arsenal nuclear do país“, em janeiro, e o painel apontou que nova legislação reforça o papel da capacidade nuclear tática, e a “natureza irreversível” do estatuto nuclear do país.

A capacidade de realizar um ataque nuclear inesperado a qualquer alvo regional ou internacional, descrita na nova lei da RPDC sobre doutrina nuclear e progressivamente em declarações públicas, desde 2021, é consistente com a produção, testes e implantação de sistemas de entrega tática e estratégica observados“, referiu o relatório.

Sobre questões militares, os peritos disseram ter investigado a “aparente exportação” de equipamento de comunicações militares de uma empresa norte-coreana sob sanções da ONU para o Ministério da Defesa da Etiópia, em junho de 2022.

A Coreia do Norte pode também ter comercializado ilegalmente armas e material relacionado com uma série de países, incluindo o envio de ogivas de artilharia, foguetes de infantaria e mísseis para a Rússia – alegação que Pyongyang e Moscovo têm negado constantemente, afirmou o painel. Os peritos afirmaram ainda estarem a investigar a alegada venda de armas de uma empresa norte-coreana na lista de sanções da ONU ao exército de Myanmar através de uma empresa de Myanmar.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui