Este mês, o vice-presidente do país, Teodoro Nguema Obiang Mangue, alertou que atrasos na transferência de pagamento ao Gestor de Infraestruturas de Telecomunicações da Guiné Equatorial (GITGE) – a telco contratada para operar e manter a infraestrutura de telecomunicações do país – podem deixar o país sem internet em dois semanas.
Mangue não especificou o valor total pendente. O vice-presidente também twittou que o pagamento através do Banco dos Estados da África Central (BEAC), do qual a Guiné Equatorial é afiliado, ainda não foi autorizado pelo Banco da França.
Si el Banco Central de Francia no autoriza las transferencias de GITGE a través de BEAC para el pago de la fibra óptica en el país, en dos semanas #GuineaEcuatorial quedará sin internet.
— teddy nguema (@teonguema) August 25, 2022
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A gestão das reservas internacionais do BEAC é regida por acordos de cooperação monetária com a França, representada pelo Banco da França.
De acordo com Mangue, o banco central da França impõe políticas monetárias ao BEAC que retardam o desenvolvimento dentro da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC), que inclui Camarões, Chade, República Centro-Africana, Congo, Gabão e Guiné Equatorial.
O BEAC e o Banco da França não responderam prontamente a um pedido de comentário. A Guiné Equatorial está conectada a apenas um sistema internacional de cabos submarinos – o Africa Coast to Europe (ACE), que vai da costa da África do Sul, com vários IXPs a caminho da França.
De acordo com o Datareportal, existem 374.000 usuários de internet na Guiné Equatorial e em janeiro de 2021, o país registrou uma taxa de penetração de internet de 26,2%.
Mangue disse que o primeiro-ministro foi ordenado a estabelecer uma comissão para “fornecer soluções imediatas para este problema”.