O governo angolano destacou recentemente a liderança do país no Programa de Partilha de Satélites da SADC, que passa por ter uma estratégia comum para a região e fazer o lançamento e gestão conjunta de satélites.
Segundo o Ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), Mário Oliveira, a comitiva angolana que lidera o programa nas instalações do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN).
“Há muito que o sector vem apostando fortemente na formação de jovens na área das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, na Meteorologia, e mais, recentemente, na área Espacial, com frutos visivelmente observados nos grupos de trabalho da SADC, onde Angola lidera a equipa técnica que estuda a operacionalização de um Sistema de Partilha de Satélite para a Região da SADC e responde pelos países da região junto da União Internacional das Telecomunicações em matéria Espacial”, disse.
Pelo que foi revelado por Mário Oliveira, Angola está a sediar a administração da UIT para representar os Estados Membros da SADC, a fim de gerenciar o arquivo Regional Shaped Beam da organização.
Para tanto, foi criado em Luanda, um Escritório de Gerenciamento de Projetos (PMO), uma estrutura de gestão que pretende padronizar os processos relacionados ao Programa de Partilha de Satélite da SADC e facilitar a partilha de recursos, metodologias e ferramentas.
O seu trabalho é definir e manter os padrões para gestão das empreitadas no Programa de Partilha de Satélite da SADC, como, por exemplo, identificação e análise de recursos orbitais, análise de interferência e assistência técnica na coordenação de frequências, etc. O PMO elaborará a documentação que vai oferecer orientação sobre a execução do plano de ação e desenvolver as métricas sobre a prática da gestão do mesmo e a sua execução. Portanto, irá monitorar e relatar ao mais alto nível o progresso das diferentes ações do projeto da SADC de formas a promover a tomada de decisões estratégicas.
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A equipa criada é composta por Membros do Comité de Especialistas da SADC, uma equipa de acompanhamento do projeto (diretores do GGPEN e INFRASAT) e técnicos executores do GGPEN e INACOM.
Segundo os últimos números do GGPEN, Angola conta atualmente com 5 doutorados, 22 mestres e 33 engenheiros licenciados nas mais diversas vertentes da engenharia espacial, e onde estão mais três a doutorar-se em França e um engenheiro que completou a formação na Rússia e que vai regressar ao País.
Essa toda a estrutura espacial nacional é reconhecida em termos internacionais, onde em 2020 e 2021 Angola venceu a categoria do Top em África para engenheiros com menos de 30 anos. O reconhecimento de uma classe de jovens formados, na sua maioria, em engenharias no nosso País, mas que depois vão complementar a formação na área espacial para o estrangeiro – Japão, Estados Unidos, França e Rússia são alguns dos países – durante um ano.
A estruturação da formação passa por um período de seis meses na academia e depois 7 meses nas empresas do sector, o que faz com que quando regressam estão para garantir um alto nível profissional no desempenho das suas funções.