Terminou ontem(24) a Conferência Internacional sobre a Transição Digital na Administração Pública, evento esse que serviu como um espaço de auscultação, tendo em conta a Elaboração da Agenda de Transição Digital (ATD).
“A conferência serviu como espaço de auscultação, identificação de problemas, abordagens, estudos de soluções e colecta de contribuições, para que, em sede de processo de elaboração da Agenda, se tenha em conta a opinião de especialistas nacionais e internacionais, de acordo com a realidade angolana“, disse Meik Afonso, director do Instituto de Modernização Administrativa (IMA).
Segundo o revelado, a ATD vem assim para vai alterar a cadeia de valores e a interoperabilidade, que, no entender do director Meik Afonso, fará com que o ponto de partida (a Administração Pública) deixe de ser o serviço que prestamos e passe a ser a necessidade do utente.
“A grande promoção da cadeia de valores é a seguinte questão: o que é que o utente necessita? Compreendendo isso, estaremos em condições de criar serviços com os utentes e para os utentes, e não criar serviços e projectos com uma matriz interna”, frisou.
MAIS: Cooperação com a Áustria vai priorizar modernização tecnológica da função pública
Com a ATD, espera-se que o Governo Angolano Executivo reduza o tempo e o custo ao cidadão, prestando somente o serviço que se considere necessário, agregue valor e, acima de tudo, assegure que o cidadão encontre um serviço seguro e coeso.
Ainda para o Director do IMA, a Agenda de Transição Digital vai ser interpretada não como mero exercício de cosmética política e tecnocrata, mas sobretudo como uma verdadeira necessidade, assente em dois aspectos: o primeiro, tem a ver com a experiência que os outros países, que tomaram a vanguarda nesse caminho, conseguiram obter em termos de resultado.
“Isto significa o arrumar da confusão, mas no bom sentido, o que deve facilitar a gestão a todos os níveis, uma vez que estamos a falar de algo que vai trazer suavidade e simplicidade na operacionalização, e que determina definitivamente um caminho”.
A segunda razão, é que o estágio das reformas em curso, a necessidade de se melhorar a despesa pública, de realização de investimentos públicos com qualificação para produzir resultados, “leva-nos à necessidade de se medir a tempo e hora, se o caminho que estamos a trilhar é o que perspectivamos, e o que precisamos melhorar”, acrescentou Meik Afonso.
Sendo assim, estes dois aspectos, associados ao movimento social que vamos tendo, continuou, são de extrema importância.
“É o utente 4.0, que entende que precisa de agendamento, e não tem de acordar as 4 da manhã para enfrentar uma fila e um sistema que não sabemos se está mesmo aí ou se foi embora“, enfatizou o responsável, tendo argumentado que tudo isto nos leva a dar esse passo, por reconhecermos ser preciso “apressar o nosso passo”.
De informar ainda que no evento foram distribuídos inquéritos on-line que vão seguir para follow-up para todos que não tiverem a oportunidade de participar fisicamente da Conferência. Deste modo, várias pessoas terão a oportunidade de submeter as contribuições e preocupação diária, para que seja um processo que conte, também, com a participação e controlo social.