A Alphabet, empresa dona da Google, e a Meta, dona do Facebook, e a Amazon anunciaram que não participarão na próxima edição do Web Summit, em Lisboa, após o organizador Paddy Cosgrave ter definido a resposta de Israel ao ataque do Hamas, a 7 de outubro, como “crimes de guerra”.
A informação é noticiada pela Bloomberg, dando conta das desistências da conferência, marcada para novembro.
Assim, estes ‘gigantes’ tecnológicos juntam-se à lista de empresas do setor que já anunciaram o abandono do evento na sequência destas declarações, após a Siemens e a Intel, por exemplo, terem tomado decisões semelhantes.
O Hamas lançou, a 7 de outubro, um ataque em território israelita que fez escalar a violência na região, levando à morte de milhares de civis, tanto na faixa de Gaza como em território israelita.
Após as declarações sobre Israel, que lhe valeram críticas de vários setores, Cosgrave acabou por emitir um pedido de desculpas público, escrevendo: “A todos os que ficaram magoados com as minhas palavras, peço as minhas mais sinceras desculpas. O que é necessário nesta altura é compaixão e eu não a transmiti.”
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Paddy Cosgrave abandona liderança do Web Summit após polémica
Segundo o que foi revelado, Paddy Cosgrave, demitiu-se “com efeitos imediatos”, após ter feito declarações polémicas sobre Israel que levaram várias empresas tecnológicas a abandonar o evento.
Segundo o Sunday Independent, Cosgrave lamentou que os seus “comentários pessoais” sobre a escalada de violência em Israel se tenham tornado “uma distração do evento, da equipa, dos patrocinadores, das ‘startups’ e das pessoas que participam”.
A edição de 2023 do Web Summit está marcada para 13 de novembro, em Lisboa, esperando a presença de cerca de 70 mil pessoas. Apesar da saída de Cosgrave, o evento deverá decorrer conforme planeado, disse porta-voz do Web Summit, citado pelo Sunday Independent. Um novo CEO também será anunciado, assim que possível.
“Sinto muito”, disse o CEO demissionário, num discurso para os empregados da organização, na sexta-feira. Cosgrave lamentou se os mesmos “receberam as mensagens mais odiosas e dolorosas que qualquer um pode receber”.
“A Covid-19 em 2020 e 2021 quase levou a Web Summit à falência. Sobrevivemos no ano passado, lidamos com mais de 200 cancelamentos de oradores, alguns motivados pela presença de jornalistas que muitos consideravam pró-Rússia e hostis à Ucrânia. Para ser justo, não é nada comparado ao que acabou de acontecer e ao que está por vir. Não vão gostar de ouvir isto, mas acho que deveria ser dito que as coisas vão piorar muito nos próximos 10 dias, antes de começarem a melhorar. Mas elas vão melhorar”, continuou.
Os empregos do ‘staff’ do Web Summit não estarão em risco, garantiram os executivos da organização, numa altura em que tem sofrido boicotes devido às afirmações do seu CEO sobre Israel.