O mercado das criptomoedas atravessa um momento terrível. Depois de a FTX ter aberto falência, deixando um buraco de mais de 3,1 mil milhões, é a vez da plataforma de empréstimos cripto BlockFi pedir proteção contra credores, ao abrigo do capítulo 11 da lei de insolvência nos Estados Unidos.
Os primeiros sinais chegaram quando a empresa congelou o levantamento de criptoativos. A plataforma deve à falida FTX 400 milhões de dólares e na sua lista de credores tem mais de 100 mil clientes.
A BlockFi, uma das maiores empresas do segmento de empréstimos com criptoativos, entrou com um pedido de falência nos Estados Unidos nesta segunda-feira, 28, semanas após ter congelado os levantamentos de fundos dos seus clientes devido à quebra da FTX.
A informação sobre o pedido foi partilhada primeiro pelo site Decrypt, citando fontes ligadas ao caso, e confirmada pela rede de televisão CNBC. Segundo o canal, a BlockFi informou que possui cerca de 100 mil credores e passivos variando entre mil milhões de dólares e 10 mil milhões de dólares. A empresa diz ter 256,9 milhões de dólares em reservas disponíveis.
Na lista de credores aparece em segundo lugar a FTX com 275 milhões de dólares em dívida para com a plataforma, que era liderada até há pouco tempo por Sam Bankman-Fried. A liderar essa lista aparece a Ankura Trust, uma empresa dedicada à representação de credores, com um crédito de 729 milhões de dólares.
Em julho, a FTX assinou um acordo com a BlockFi para a concessão de uma linha de crédito de 400 milhões de dólares, com opção de compra da plataforma por parte da FTX até 240 milhões em caso de incumprimento. Isto após o colapso do mercado cripto na primeira metade do ano ter sido agravado pelo tombo do ecossistema Terra USD e atirado a plataforma ao chão.
Com o colapso da FTX, o mercado começou a assistir a uma onda de contágios entre outros “players” dos criptoativos. Sobretudo a crise de confiança assombra de sobremaneira os clientes que revivem de novo o momento do “crash” do ecossistema Terra USD, levando as pessoas que investiram a levantar os seus ativos.
Para se defender deste contágio, algumas empresas, como a Genesis, igualmente uma plataforma amplamente dedicada a empréstimos de cripto, suspendeu as operações de resgate de ativos, justificando a decisão “com um número anormal de pedidos de levantamento”.
Também a plataforma AXX, com sede em Hong Kong, suspendeu o levantamento de ativos esta segunda-feira durante dez dias, após informar que está com falta de liquidez.