O volume global de ataques de ransomware registou um aumento de 19% no último mês, totalizando 486 incidentes, revelou o mais recente relatório da NCC Group.
O crescimento dos ciberataques globais reflete-se tanto na comparação com o mês anterior, que registou 407 casos, como face ao período homólogo do ano passado, com 341 ocorrências.
Sector industrial lidera lista de alvos
As infraestruturas industriais permanecem como principal alvo dos ciberataques, concentram 30% das ocorrências, num total de 148 incidentes. Este número representa um aumento de 45 casos face ao mês anterior. O sector de bens de consumo não essenciais ocupa a segunda posição com 100 ataques, seguido pela área da saúde com 55 ocorrências.
Os Estados Unidos e Europa concentram maioria dos ataques de ransomware
A América do Norte mantém-se como região mais afectada, registando 56% dos ataques globais, com 272 casos. Este aumento, face aos 233 incidentes do mês anterior, relaciona-se com as eleições norte-americanas, que motivaram ações de grupos ligados à Rússia. A Europa surge em segundo lugar com 97 casos, representando 20% do total de ataques.
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Grupos estatais intensificam operações
O relatório identificou quatro estados-nação como principais responsáveis por ciberataques: Rússia, China, Coreia do Norte e Irão. As actividades destes países incluem operações de espionagem, roubo de propriedade intelectual e campanhas de desinformação. A Coreia do Norte destaca-se pelo uso de ransomware para financiamento do regime, tendo acumulado mais de 3 mil milhões de dólares desde 2017.
O grupo RansomHub liderou as ações do último mês com 68 ataques, incluindo uma operação contra um operador aeroportuário no México. O grupo Play ocupou a segunda posição com 53 ataques, seguido pelo Killsec com 34 e Sarcoma com 31 incidentes.
Matt Hull, responsável pela área de Threat Intelligence da NCC Group, alertou para o aumento da colaboração entre estados-nação e grupos de crime organizado, reforçando a necessidade de maior vigilância na proteção de infraestruturas críticas.