A fraca oferta bibliográfica e o alto preço dos livros convencionais têm sido um dos factores que contribuem para o baixo índice do hábito de leitura na sociedade civil angolana, fazendo com que a mesma recorre como a opção pela internet, isto é, os livros digitais.
Essa linha de pensamento veio do escritor angolano Bonifácio António, em entrevista à ANGOP por alusão ao último Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais, onde disse que para além de ser mais rápido, o digital é mais barato, e onde atesta a questão de um novo paradigma, uma vez que se vive na quarta revolução, marcada pela era da tecnociência, cibernética e da era digital.
“Hoje, já existem mercados digitais, onde os lançamentos e vendas estão a ser feitos. Certamente, excluí aqueles que não têm acesso”, referiu Bonifácio António.
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O renomado escritor nacional atesta que o convencional ainda é o mais seguro e melhor, apesar de ser mais caro devido aos custos inerentes, acrescentando que, com o impulso da era digital, perde-se bastante o hábito de leitura e a absorção de conhecimento.
Ainda na opinião de Bonifácio António, considera o facto acima como um dos principais motivos com que muitos jovens deixem de frequentar as bibliotecas convencionais, uma vez que nas bibliotecas digitais, onde há maior facilidade de fazer “downloads” gratuitos ou pagar uma obra original, é a baixo custo.
Falando do impacto das políticas do livro e protecção dos direitos autorais, o escritor diz não ser o esperado, uma vez que se assiste um aumento do fenómeno da pirataria ou plágio dos trabalhos de outros autores.
“Por vezes, o autor ainda não lançou publicamente o livro, mas já o encontramos nos mercados paralelos”, frisou.
Para minimizar esse fenómeno, o escritor defende a necessidade de se aplicar assertivamente as políticas, bem como uma fiscalização séria e isenta de qualquer corrupção.