O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou a vários países na região de África Subsariana criarem uma regulamentação formal para os criptoactivos, visto que as criptomoedas “possam ser usadas para transferir recursos ilegalmente para fora da região“.
Esse aviso do FMI surge duas semanas depois da falência da FTX, realçando que muitas pessoas usam criptoactivos para “pagamentos comerciais, mas a sua volatilidade torna-os inadequados como reserva de valor“, destacando que apenas um quarto dos países na região de África Subsariana tem regulamentação formal para os criptoactivos, dois terços implementaram restrições, seis países proibiram e só num são permitidos por lei: a República Centro Africana, o primeiro país africano a designar a Bitcoin como moeda de curso legal.
Essa nota é traçado por três economistas do Departamento de África do FMI, visto que o colapso da terceira maior corretora de criptoactivos do mundo desencadeou uma queda vertiginosa dos preços da Bitcoin, Ethereum e de outras criptomoedas importantes e renovou os apelos à regulamentação no sector, para proteger os consumidores.
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O contexto de urgência na regulamentação do sector foi reforçado na passada terça-feira, 29, com a declaração de falência de mais um gigante dos criptoactivos, a BlockFi. A plataforma é conhecida neste universo por oferecer empréstimos garantidos com criptomoedas a investidores sem verificações de crédito, como refere a publicação especializada Livecoins.
“Regulamentar um sistema altamente volátil e descentralizado continua a ser um desafio para a maioria dos governos, exigindo um equilíbrio entre minimizar riscos e maximizar a inovação“, pode ler-se nos comunicados dos economistas Habtamu Fuje, Saad Quayyum e Tebo Molosiwa.
Ainda no âmbito de dados da Chainalysis, os três economistas do FMI referem que “África é um dos mercados de criptoactivos com mais rápido crescimento no mundo“, mas “continua a ser o menor” em operações, com as transações em criptoactivos a atingirem um pico de 20 mil milhões por mês, em meados de 2021. África do Sul, Nigéria e Quénia têm o maior número de usuários na região.