A fuga de diversos documentos internos do Facebook para o diário The Wall Street Journal desencadeou o mais recente escândalo para a rede social e mostrou que esta atua de forma muito diferente face ao discurso oficial.
Apesar das informações publicadas terem por base relatórios, apresentações internas e conversas na internet entre funcionários, e não indiciarem que o Facebook está a cometer qualquer ilegalidade, mostram, contudo, decisões eticamente reprováveis e uma prioridade dada aos resultados financeiros sem qualquer crítica moral, revelou a denunciante Frances Haugen, uma ex-funcionário do Facebook, no Senado norte-americano.
Os documentos passados ao diário The Wall Street Journal permitem concluir que os executivos do Facebook sabem que as plataformas (Instagram, WhatsApp e Messenger, além da própria rede social) são, em muitos casos, prejudiciais aos utilizadores.
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Nesse sentido, o aspeto que mais críticas levanta é o facto de a própria empresa concluir que o Instagram é nocivo para uma parte dos utilizadores mais jovens e especialmente “tóxico” para os adolescentes.
Segundo os relatórios da empresa, a partilha de fotografias na rede social “agrava” os problemas que uma em cada três raparigas tem com sua imagem do corpo.
Por último, uma das revelações mais marcantes tem a ver com as mudanças no algoritmo feitas em 2018 sob o pretexto de “melhorar” a plataforma e que tiveram um efeito oposto, ou seja, tornaram o ambiente mais hostil, promovendo conteúdos que incentivaram o confronto e a discussão entre os utilizadores.