Menos Fios

Expansão da banda larga em África custará 100 mil milhões USD até 2023

A expansão do serviço de banda larga em África “custará pelo menos 100 mil milhões USD” e criando uma economia digital em África resistente e expansiva, segundo Ralph Mupita, CEO do Grupo MTN, o maior operador de telecomunicações do continente.

O especialista que falava durante um painel de peritos sobre a construção de economias digitais resistentes em África, reiterou o grande potencial da indústria no continente, onde o investimento em redes de banda larga e a aposta na inovação e empreendedorismo são essenciais para desenvolver um ecossistema digital próspero.

Para Ralph Mupita, é de destacar os rápidos avanços na conectividade em África, onde quase metade da população tem o seu próprio cartão SIM e mais de 20% tem acesso à internet.

Tidjane Dème, partner da empresa de capital de risco Partech e que também esteve neste evento paralelo aos encontros anuais do Banco de Desenvolvimento Africano (BAD), que decorreu, em Acra, Gana, frisa também a importância das plataformas digitais como motor capaz de revolucionar sectores inteiros da economia, sobretudo quando aplicadas às cadeias de valor existentes.

MAIS: Aumento do acesso à internet em África pode gerar 44 milhões de novos empregos.

O grande investimento em tecnologia digital em África, que cresceu 1.344% em quatro anos, passando de 360 milhões USD em 2016 para 5,2 mil milhões USD em 2020, foi um outro assunto aprimorado no debate. Mas o investimento por si só não chega, de acordo com os especialistas, referindo que a construção de infraestruturas digitais requer competências próprias e empreendedorismo. Para obter-se o máximo valor, os governos e o sector privado têm de considerar o ecossistema como um todo.

Ainda nessa senda, o ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, sublinhou a aposta de Cabo Verde no digital, onde através de um investimento de apenas 31 milhões de euros do BAD permitiu ao governo construir um parque tecnológico de classe mundial, que ajudará o arquipélago a posicionar-se “como o principal centro digital e a porta de entrada para a África Ocidental“.

Destacar ainda o caso estudado da Green Girls, organização criada por Monique Ntumngia, em Camarões, que treina raparigas em comunidades rurais para produzirem energia a partir do sol e dos resíduos com o uso de inteligência artificial, assegurando que mulheres e comunidades rurais “não sejam deixadas parar trás” na revolução digital. Através do seu Programa de Empoderamento, a Green Girls apoia empresárias a crescer e a prosperar, vendendo e instalando lâmpadas e painéis solares, assim como biodigestores, com códigos digitais.

Exit mobile version