O secretário de Estado para as Telecomunicações, Mário Oliveira, reiterou no dia de ontem, na capital do país, o apoio do Executivo a projectos privados de expansão da Internet em todo o território nacional, no quadro do programa de fomento da empregabilidade e reconversão da economia informal.
Mário Oliveira teceu essas declarações aos jornalistas na margem da apresentação do projecto “Acelera Net“, uma iniciativa da empresa Angola Cables, em parceria com o Instituto Angolano das Telecomunicações (INACOM), empresas do sector e instituições bancárias, cuja meta é a criação de condições técnicas para que pequenos provedores de serviços de Internet (ISP’s) operem no mercado com probabilidade de sucesso.
O secretário de Estado afirmou que o projecto “Acelera Net” vem para reduzir, em grande medida, os constrangimentos dos cidadãos residentes, sobretudo, nas localidades menos favorecidas, em que a actividade comercial tem sido condicionada pela escassez ou ausência de todo ecossistema de telecomunicações. Tocando ainda no assunto da literacia digital, referiu também que constitui um dos objectivos do Executivo ao apoiar projectos de cariz tecnológico no sector empresarial e na Educação, o que tem em vista o aumento da taxa de penetração das tecnologias digitais na actividade comercial e industrial e o desenvolvimento da economia digital.
Quando perguntado sobre as modalidades de apoio aos empreendedores, o secretário de Estado considerou que as carências dos operadores diferem, mas apontou questões transversais como a de electricidade, crédito bancário e formação técnica.
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Mário Oliveira perspectiva a redução dos preços praticados no mercado em função do crescimento económico e aumento de infra-estruturas, não obstante estudos realizados pelo órgão regulador revelarem que os preços de televisão praticados em Angola são dos mais acessíveis na região.
“A nível da televisão por assinatura, Angola pratica os preços mais baixos na região, ao passo que ao nível da telefonia móvel nos situamos ao meio da tabela”, disse.
De referir ainda que esse programa vem no intuito de elevar a taxa de penetração de Internetno país, de 3,0 por cento para cerca de 10 por cento nos próximos quatro anos (até 2025) e tornar Angola numa importante plataforma do continente Africano, onde as tecnologias digitais representam cerca de 2,5 por cento do Produto Interno Bruto.
O projecto consistirá no treinamento especializado, capacitação em gestão empresarial, disponibilização de financiamentos especiais e redução do custo da Internet em qualquer localidade em que o investimento estiver localizado.
A cerimónia de lançamento contou com representantes de instituições e privadas ligadas ao sector das Telecomunicações, que abordaram temas como “o contexto da Economia Digital em Angola”, bem como “O Panorama Regulatório para as ISPs e o Financiamento da Actividade”.